Escola rica, rainha sem fantasia, desabafo: 1º dia da Série Ouro, no Rio
A primeira noite de desfiles da série Ouro, a série B do Carnaval do Rio de Janeiro, ficou marcada por perrengues, mas também por acertos e resiliência das comunidades. Geralmente, as agremiações possuem poucos recursos para levar seus enredos à Avenida.
O que aconteceu
União do Parque Acari: primeira a desfilar na Sapucaí, a escola viveu um momento inusitado: sua rainha de bateria, Rose Nascimento, chegou atrasada, quando a bateria já estava no primeiro recuo. A agremiação levou as ladeiras do curuzu para o desfile ao homenagear o Ilê Aiyê, bloco afro de Salvador que completa 50 anos em 2024.
Império da Tijuca: a rainha de bateria, Laynara Telles, começou o desfile descalça e com a fantasia pela metade. Apenas quando estava no recuo da bateria, ela viu sua roupa chegar. A escola, que homenageou a icônica Lia de Itamaracá, ainda passou sufoco com princípio de incêndio em seu terceiro carro alegórico. Bombeiros controlaram o fogo e retiraram alguns integrantes.
Acadêmicos do Vigário Geral: homenageando "Maracanaú, o maior São João do país", a escola apresentou contingente reduzido e, por isso, passou rápido pela Sapucaí. Diminuiu o ritmo na segunda metade do desfile para evitar décimos preciosos perdidos.. Teve dificuldade para retirar carro alegórico na dispersão. Casal de mestre-sala e porta-bandeira brilhou.
Inocentes de Belford Roxo: homenageando os camelôs, incluindo Silvio Santos, fez desfile luxuoso — um dos melhores da noite — e enfrentou pequenos problemas de evolução. O verdadeiro perrengue aconteceu antes de chegar à Sapucaí: briga política fez escola ser despejada do barracão, ser impedida de ensaiar na cidade que leva seu nome e ainda mudou de enredo. Presidente fez desabado contra o prefeito, Waguinho (Republicanos).
Estácio de Sá: um dos berços do samba carioca, a escola abriu buraco logo no início do desfile e estourou o tempo em 18 segundos, o suficiente para perder um décimo na apuração da próxima terça-feira. Apesar disso, o enredo sobre orgulho ancestral emocionou e a agremiação fez um dos desfiles que mais empolgou a Marquês de Sapucaí.
União de Maricá: apelidada de "escola rica" pelos comentaristas da Band por ter recebido R$ 8 milhões da prefeitura, a escola fez o desfile mais luxuoso da primeira noite, apresentando fantasias do nível do grupo especial. É uma das favoritas a subir para o grupo de elite, mas não teve samba que empolgou plateia. Estreante na Sapucaí, pode perder décimos por evolução.
Acadêmicos de Niterói: a azul e branca niteroiense produziu enredo sobre a festa de Catopês, que acontece em Montes Claros (MG), levando a cultura popular mineira direto para a capital carioca. Apresentou desfile regular, apesar de pequenos deslizes.
Unidos da Ponte: contando a saga do dendê, a escola passou correndo pela Sapucaí. O ritmo acelerado fez a escola quase parar no final para usar o tempo mínimo pedido no regulamento — 45 minutos. Os carros alegóricos tiveram problemas, em especial, a primeira, que se soltou e ficou dividida em duas partes. Ainda assim, teve uma performance elogiada na primeira noite.
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