Crise no PSDB: 5 tucanos históricos que abandonaram o partido recentemente
O PSDB passa por um momento de crise interna com a pré-candidatura à Presidência de João Doria e a pressão de parte do partido para que o candidato tucano seja Eduardo Leite. Essa briga interna levou a ameaças de Leite de deixar a sigla, rumo ao PSD, e de Doria, de abandonar a disputa.
Fundado em 1988, o PSDB possui em seus quadros nomes históricos da política nacional como o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, dos senadores José Serra e Tasso Jereissati, do deputado federal Aécio Neves e já abrigou políticos importantes como os ex-governadores de São Paulo Franco Montoro e Mário Covas.
Porém, ultimamente, brigas internas, sobretudo após a entrada e ascensão política do governador João Doria, fizeram com que alguns quadros históricos do tucanato deixassem o partido.
Confira alguns nomes importantes que fizeram história no PSDB, mas deixaram a legenda nos últimos tempos.
Geraldo Alckmin
O tucano de maior importância que deixou o partido recentemente foi, sem dúvida, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin. O político foi um dos fundadores do PSDB e ficou na legenda por 33 anos.
Pelo PSDB, foi vereador e prefeito de Pindamonhangaba (SP), deputado estadual, deputado federal, governador de São Paulo por quatro mandatos, candidato à Presidência por duas vezes e comandou o partido nacionalmente entre dezembro de 2017 e maio de 2019.
Alckmin deixou a sigla por divergências com João Doria. A relação entre os dois começou a ficar estremecida em 2018, quando Doria, então candidato ao governo paulista, lançou informalmente a chapa BolsoDoria, em apoio a Jair Bolsonaro, então no PSL, enquanto Alckmin era o candidato tucano.
Mas a gota d'água foi quando Doria trouxe seu vice, Rodrigo Garcia, do DEM para o PSDB, com o objetivo de postulá-lo como candidato ao governo. Alckmin buscava a indicação do partido para o cargo, que já exerceu por quatro mandatos.
Neste ano, Alckmin se filiou ao PSB, do amigo e aliado Marcio França, e é o nome mais cotado para ser vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Floriano Pesaro
A saída de Alckmin e as divergências do Doria levaram outros nomes históricos a deixar o PSDB. No mês passado, o ex-deputado federal Floriano Pesaro, que também é um dos fundadores do partido, saiu da legenda.
Pesaro sempre foi muito ligado a nomes históricos tucanos como o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e foi secretário-adjunto da Casa Civil e secretário do Desenvolvimento Social de Geraldo Alckmin.
Felício Ramuth
Tucano desde 1993, o prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth, deixou o partido em janeiro deste ano. Crítico de Doria, o político apoiou Eduardo Leite nas prévias do partido.
De olho na liderança exercida por Ramuth no Vale do Paraíba, Gilberto Kassab convidou o político a ser candidato ao governo paulista pelo PSD. O prefeito de São José dos Campos aceitou e anunciou, nesta semana, que deixará o cargo para seu vice para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes nas eleições deste ano.
Luiz Felipe d'Ávila
Pré-candidato à Presidência da República pelo Partido Novo, Luiz Felipe d'Ávila também era tucano até pouco tempo atrás. Nas últimas eleições, D'Ávila disputou as prévias do PSDB para o governo paulista e coordenou o programa de governo de Geraldo Alckmin à Presidência.
Andrea Matarazzo
O primeiro nome histórico a deixar o PSDB devido a rusgas com João Doria foi o do ex-vereador paulistano Andrea Matarazzo. Em 2016, os dois políticos disputaram o primeiro turno das prévias tucanas para a eleição municipal em São Paulo. Matarazzo perdeu, acusou Doria de irregularidades e, em seguida, filiou-se ao PSD.
Matarazzo foi tucano de 1991 até 2016 e foi ministro da Secretaria de Comunicação Social no governo Fernando Henrique Cardoso e secretário de Estado da Cultura de São Paulo no governo Alckmin.
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