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Mulheres venceram proibições e preconceitos com público de 110 mil pessoas

Faltam poucos dias para o início da Copa do Mundo feminina, que terá o pontapé inicial na próxima quinta-feira (20). A competição será organizada conjuntamente entre Austrália e Nova Zelândia.

Sem dúvida nenhuma, será um grande espetáculo, como foi em 2019, na França, com a forte seleção dos Estados Unidos sendo a grande campeã.

Foi muito bonito ver os estádios lotados. A edição passada do torneio teve enorme audiência em todo o planeta. Não tenho dúvidas que a de 2023 terá audiência ainda maior, porque o futebol feminino é uma realidade, principalmente em Mundiais.

Apesar das dificuldades, proibições e preconceitos que as mulheres sofreram durante muitos anos, elas conquistaram o merecido espaço devido à resistência, à força, à paixão e, principalmente, pelo amor à bola.

Essa luta vem de longa data, e vou contar uma história superinteressante da segunda Copa do Mundo, que ainda não tinha a chancela da Fifa como sendo oficial — a primeira foi apenas em 1991, na China.

Em 1971, no México, um ano depois da maravilhosa seleção brasileira ganhar o tricampeonato mundial, aconteceu a segunda Copa feminina, com a participação de seis seleções.

A primeira havia sido na Itália, mas como um evento festivo que contou com a ajuda de empresários. A final realizada em Turim teve o placar Dinamarca 2 x 0 Itália. Foi um feito histórico para o futebol feminino internacional.

A minha história, no entanto, é mesmo sobre a final da segunda Copa, realizada no México.

A decisão do título ocorreu em 5 de setembro de 1971, no gigante estádio Azteca, na Cidade do México. Foi o mesmo palco que, no ano anterior, havia entrado em êxtase com Pelé, Rivelino, Gérson, Tostão, Jairzinho e todo aquele time inesquecível do Brasil.

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A Dinamarca foi campeã novamente ao vencer a seleção mexicana por 3 a 0, com um hat-trick da jogadora Susanne Augustesen, de apenas 15 anos. Porém, o fato mais espetacular é que essa partida foi vista por cerca de 110 mil espectadores, um público que nunca mais foi repetido no futebol feminino.

Mas o recorde oficial foi registrado na partida da Champions League feminina, quando o Barcelona goleou o Wolfsburg por 5 a 1, em 22 de abril de 2022, com o público de 91.648 pessoas no estádio Camp Nou.

Nesta Copa do Mundo de 2023, a expectativa é que os estádios tenham ótimos públicos e muitos jogos com os estádios lotados.

Não sei se baterão um novo recorde de público neste Mundial da Oceania, mas tenho certeza que o evento será sucesso, com ótimas jogadoras, grandes partidas e público empolgado.

A história de luta das mulheres vem de muitas décadas, não só no futebol, mas em todos os segmentos da sociedade. Fico feliz com todas as merecidas conquistas delas.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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