A Pia deve continuar? Acho que é hora de Arthur Elias ter a sua chance

A seleção brasileira feminina precisava se renovar e isso aconteceu. Mas, na minha opinião, diferentemente da masculina, ela precisava ter um treinador ou treinadora brasileira. Primeiro, precisamos evoluir com a nossa própria escola e cultura futebolística. Na masculina, acho que chegou a hora de sermos treinados por uma escola diferente, mas na feminina não. As meninas precisavam jogar o nosso futebol de drible, passes, chutes de fora da área, tabelas, triangulações, jogadas de fundo e com presença de área, e tudo isso que falei vem da nossa escola.

Sou super a favor do treinador da seleção feminina ser o Arthur Elias, sempre defendi isso. Com o Corinthians, ele ganhou todos os torneios que disputou: Brasileiros, Libertadores, Paulista, Copa do Brasil, Recopa e Super Copa do Brasil. O Corinthians está entre os cinco melhores times da América do Sul e joga um futebol brilhante, agressivo, intenso e com ótimo aproveitamento nas finalizações. É um cara que tem o respeito das meninas não só como grande treinador que é, mas também moralmente.

Sem contar que não teríamos problemas com o idioma, já que a Pia Sundhage não conseguiu se expressar em português até hoje. Beleza, o idioma da Suécia é superdiferente do nosso e ela conversa em inglês, mas poderia ter se esforçado mais para conseguir uma aproximação melhor com o nosso povo. Aí vai dizer: "Pô Casão, a grande maioria das meninas fala e entende o inglês assim como a imprensa". Só que um treinador(a) de uma seleção fala para o povo do país e mesmo com a ajuda de tradutores continua sem criar uma identidade. O problema não é só entender o que ela fala, mas criar um elo com o torcedor brasileiro.