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CBF e Diniz serão coniventes com violência contra a mulher se Antony ficar

Hoje foi divulgada publicamente a violência cometida pelo jogador Antony, convocado por Fernando Diniz à seleção brasileira, contra a ex-namorada, a DJ e influencer Gabriela Cavallin.

Mensagens ameaçadoras, pressão e jogos psicológicos desnortearam completamente a cabeça da garota. Além disso, fotos e áudios mostram os ferimentos das agressões e as conversas perturbadoras, com ataques agressivos por ciúmes.

Gabriela mostrou o boletim de ocorrência feito em São Paulo e o de Manchester. Claro que na Inglaterra a atenção foi maior e a violência não foi tratada como uma normalidade. Antony usou diversas vezes a palavra "macho" de uma forma depreciativa em relação à mulher.

Enquanto as investigações avançam, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), junto com Fernando Diniz, precisa se pronunciar e cortar o jogador da seleção brasileira para os jogos pelas Eliminatórias Sul-Americanas à Copa de 2026.

Para o treinador e a instituição, supostas apostas que envolvem Lucas Paquetá (West Ham) e Luiz Henrique (Betis e cortado pelo técnico Ramon Menezes da seleção olímpica) são mais graves e inaceitáveis que Antony socando, dando cabeçadas e jogando taças de vidro na sua namorada.

Diniz e a CBF não aceitam apostas, mas toleram violência contra a mulher.

Essa é a imagem do atual treinador, que começou hoje os seus trabalhos à frente da seleção.

Não tenho dúvidas de que algumas figuras entrarão aqui nos comentários para me atacar e atacar a garota, além de defender o "macho" Antony. O treinador da seleção brasileira não pode apenas entender de futebol, ele também precisa agir com valores, princípios e igualdade com todos, coisa que Diniz já mostrou não fazer parte do seu comportamento.

A questão do Antony surgiu mais forte, ao mesmo tempo em que as apostas envolvendo Paquetá, que acabou perdendo a possibilidade de se transferir para o Manchester City, visto que Pep Guardiola e o clube desistiram de sua contratação quando o problema ficou público.

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O Manchester United até o momento não tomou uma posição no caso Antony, mas só é bom lembrar o caso envolvendo o jovem Mason Greenwood (21 anos), que foi acusado de violência doméstica. Ele foi afastado assim que o caso avançou. No início do ano, mais precisamente em 2 de fevereiro, a Justiça britânica arquivou as acusações, mas o grupo de jogadores, do qual Antony fazia parte, não aceitou seu retorno e ele foi emprestado para o Getafe, da Espanha.

Independentemente do que o Manchester United fará, a CBF e Fernando Diniz devem uma resposta sobre ter um jogador, entre os convocados, que está sendo acusado de violência contra a namorada.

Tenho grande expectativa com o trabalho do Diniz, mas ele não começa bem moralmente e nas relações. Fica claro que uns podem tudo e outros não podem nada. É uma decisão tomada com dois pesos e duas medidas. E fica ainda mais estranho, porque Antony foi jogador dele no São Paulo.

Já achei estranho o Diniz convocar o Neymar para essas datas Fifa, visto que o jogador está há seis meses sem fazer uma partida oficial e ainda nem estreou no seu novo clube, o Al Hilal — o treinador Jorge Jesus optou por preservar o atacante após lesão na coxa esquerda e ele não atuou na última rodada do Campeonato Saudita.

Agora, é Antony, acusado de violência contra a mulher. A seleção virou uma panela do Diniz, que não tem princípios e nem valores

E então, CBF? E então, Fernando Diniz? Vocês serão coniventes com a violência contra a mulher?

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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