Casagrande

Casagrande

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

Hoje é o dia de o Corinthians mudar; chega da turma do Duilio

Buscando na história do Corinthians um ano similar a este, me deparei com o de 1981, que foi muito parecido com 2023. E vou descrever essa história aqui.

A primeira coincidência: tanto 1981 como 2023 foi ano de eleição no Corinthians, e a torcida alvinegra estava descontente com a enésima gestão do grande presidente Vicente Matheus.

Naquele ano, tudo começou errado já no Campeonato Brasileiro, que era disputado no primeiro semestre, porque os Estaduais tinham uma grande importância.

O Corinthians fez uma campanha muito irregular, para não dizer péssima, em um campeonato que era disputado por 44 equipes.

O campeonato era dividido por fases e o Timão se classificou em 5º lugar no Grupo B, com dez equipes na primeira fase. Já na segunda fase ficou em último, em um grupo de quatro equipes e foi eliminado, ficando em 26º lugar no campeonato.

Outra coincidência foi a goleada que tomou em pleno Pacaembu por 4 a 1, para outro time do nordeste. Só que, dessa vez, foi o Santa Cruz do Recife. Foi a estreia do Zenon e o maravilhoso Dário fez o seu gol com o nome de "goleiro sumido".

Esse nome veio porque o Corinthians estava em uma crise enorme. O goleiro titular era o meu querido e saudoso amigo Sollitinho, que estava sofrendo uma grande pressão e havia sumido.

Nessa partida, jogou meu outro grande amigo Tadeu, que tomou esse gol histórico do Dadá Maravilha. Sollitinho e Tadeu eram meus amigos de infância porque jogamos juntos no juvenil, e eram dois grandes goleiros, mas entraram no time na hora errada e no ano errado.

No final de 1981 teve as eleições no clube, como acontece hoje, e o Matheus, pressentindo que perderia as eleições, tentou uma trama que deu certo: colocou o saudoso Waldemar Pires como presidente e ele como vice na sua chapa. Ganharam.

Continua após a publicidade

Só que o plano do Vicente Matheus não deu totalmente certo, porque a intenção era vencer para ele seguir mandando no clube, e não o Sr Waldemar Pires.

Em 81, o Corinthians não conseguiu se classificar para a Taça de Ouro do Brasileiro de 1982, porque ficou em oitavo lugar no Campeonato Paulista. Semelhante a este 2023, que não se classificaria para a Copa do Brasil de 2024, mas a vaga deve ser confirmada devido ao título do São Paulo do torneio de mata-mata — além de outros critérios.

No Brasileiro de 81, só não ficou em risco de rebaixamento porque havia times do Brasil todo, mas acabou ficando em uma posição péssima na tabela.

As coincidências continuam no número de contratações que não deram certo. Como o saudoso e ótimo centroavante Washington, que depois fez sucesso no Athletico-PR e virou ídolo do vitorioso Fluminense dos anos 80, formando o ataque 'Casal 20', com o também saudoso Assis.

Este sábado (25) será tenso no Corinthians, por ser o dia das eleições e poucas horas após o grande vexame dos últimos anos, ao ser goleado na noite de ontem por 5 a1 pelo Bahia, na Neo Química Arena.

A torcida não quer eleição da chapa 'Renovação e Transparência', com o candidato André Luiz Oliveira, porque os torcedores não são idiotas e sabem muito bem que o atual mandante Duilio Monteiro Alves é o maior responsável por tudo de errado que aconteceu nos últimos anos no clube.

Continua após a publicidade

Muitos pensam como eu e consideram o Duilio o pior presidente da história do Corinthians. Não é que o outro candidato, Augusto Melo, seja mil maravilhas. Mas, para o bem do clube, a continuidade seria desastrosa.

Tanto em 1981, como hoje (25), a mudança pode ser o começo de uma organização e de uma política interna melhor. Foi assim que aconteceu lá atrás, tanto que em 1982 fomos semifinalistas do Brasileiro e vencemos o Campeonato Paulista.

Talvez uma troca altere também o astral do grupo de jogadores. Se isso não acontecer, o risco de rebaixamento é iminente.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

Só para assinantes