Topo

São Paulo

Casares vê dívida do São Paulo em R$ 580 mi e destaca orçamento "realista"

Julio Casares, novo presidente do São Paulo, fala sobre a questão financeira do clube - Rubens Chiri / saopaulofc.net
Julio Casares, novo presidente do São Paulo, fala sobre a questão financeira do clube Imagem: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Thiago Fernandes

Do UOL, em São Paulo

04/01/2021 13h57

Novo presidente do São Paulo, Julio Casares apontou a dívida do clube na casa dos R$ 580 milhões após a gestão de Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, e fez uma análise do que é necessário para o futebol da equipe a partir de sua gestão, iniciada na última sexta-feira (1).

Em entrevista coletiva, o atual mandatário são-paulino explicou a situação financeira do clube: "O futebol principal passa a ser base mais profissional. O futebol principal é o futebol do São Paulo, Cotia e Barra Funda. O diretor-executivo poderá vir antes do final do Campeonato Brasileiro. A responsabilidade financeira vai permear as nossas ações. A dívida que você perguntou, mas posso chamar de compromisso, ela está entre R$ 570 milhões e R$ 580 milhões. Esperamos que ela diminua. Temos conversas importantes com pessoas do mundo empresarial. O São Paulo vai prospectar parceiros, captar negócios".

"Realmente, na transição, não só tomamos conhecimento na questão financeira, mas também de detalhes do futebol. Já vislumbramos um futuro em que nós temos a ciência terrível da questão financeira, que começa a trabalhar hoje. O futebol estará inserido na nova nuance de realidade financeira do São Paulo. Não podemos abandonar a questão de que, quando o futebol identificar algo importante, teremos que buscar valores, com a base inserida nisso. Temos um orçamento muito restrito. Os clubes vivem realidade difícil antes da pandemia, que agravou tudo. Existe uma questão orçamentária de mercado", acrescentou.

Em seu discurso, o dirigente falou também sobre a proposta orçamentária de 2021. O clube projeta R$ 460,7 milhões em arrecadação, além de um superávit líquido de R$ 12,5 milhões. Os números do ano passado também foram alterados, com a previsão de queda de receita em R$ 200 milhões. O Conselho Deliberativo aprovou as projeções da diretoria.

"Foi um orçamento muito bem feito. É um orçamento realista, pés no chão. A gente tem certeza das despesas e nunca da receita. Eu jamais poderia penalizar um número antes de criar condições para que esse número possa seguir. Talvez daqui três, quatro meses, podemos refazer o orçamento, se a receita der uma melhorada. Tínhamos uma ilusão de que falaríamos hoje em pós-pandemia, mas estamos falando em pré-vacina. O São Paulo já conseguiu recuperar a sua exposição em televisão. Nós também teremos um olhar muito forte para a questão do conteúdo. Vamos criar uma câmara setorial para falar sobre conteúdo e direitos do São Paulo. Nossa situação não está equilibrada pela força de torcida e audiência, inclusive em parceria com os detentores da televisão. Vamos discutir o futuro, o sócio-torcedor, o streaming. O orçamento tem que ser realista para não penalizar uma transição profissional da área de marketing", avaliou Julio Casares.

São Paulo