'Deyverson só sai pelo valor da multa', diz presidente do Cuiabá

O presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, afirmou em entrevista ao De Primeira que Deyverson só sai do clube pelo valor da multa rescisória. O atacante é alvo de interesse no mercado.

"O Deyverson, quando nós contratamos, ele já tinha um tempo fora do Palmeiras e fizemos uma aposta alta para o Cuiabá no Deyverson. Naquele momento, além do salário ser elevado, a gente fez um contrato de dois anos e meio, até o final de 2024. Nesses dois anos de Série A, ele se tornou um dos principais atletas do clube, um centroavante decisivo, que fez 12 gols esse ano [no Brasileiro], então nós fazemos questão do Deyverson aqui. Existe uma multa nacional de R$ 20 milhões para quem quiser levar o Deyverson, ele só sai daqui se alguém pagar a multa", declarou.

Cristiano Dresch faz questão da permanência de Deyserson e disse que o Cuiabá quer ampliar o vínculo com o jogador. Segundo ele, o artilheiro "maluco beleza" transformou a imagem do clube.

"Nós fazemos questão do atleta, vamos propor uma prorrogação do contrato dele por mais dois anos, até o final de 2026. Se alguém pagar a multa nacional do Deyverson, que é R$ 20 milhões, ele sai do Cuiabá. Só pagando a multa, o Deyverson é essencial para nós, ele é um dos pilares do nosso projeto."

"O Deyverson, além de dar para o Cuiabá um retorno dentro de campo, dá um retorno muito grande pra nós em termos de imagem, de marca. Eu acho que o Cuiabá foi muito bom para o Deyverson, é um clube totalmente diferente dos outros clubes do Brasil, a gente administra o clube de forma muito rígida, existem regras aqui que valem para todos. Essa transição do Deyverson, vindo do Palmeiras para o Cuiabá, um clube que está crescendo, uma estrutura mais enxuta, um ambiente bem familiar que temos aqui no clube, acho que foi muito bom para ele e vai ser muito bom para ele em 2024, 2025, 2026. Tenho certeza que a gente vai conseguir essa renovação", acrescentou o presidente do Cuiabá.

Com 12 gols, Deyverson foi o artilheiro do Cuiabá no Brasileirão e foi fundamental para a permanência do clube pelo terceiro ano seguido na Série A. O Dourado terminou o Brasileirão como 12º colocado, com 51 pontos.

Veja outros trechos da entrevista com Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá

Impacto de Deyverson na marca Cuiabá

"O Deyverson tem um coração grande, é um cara emotivo, que se emociona facilmente, mas é um cara que vive de corpo e alma o que ele está fazendo, um atleta de alto nível. O ambiente da cidade de Cuiabá foi muito bom pra ele, o Deyverson foi muito bem recebido aqui em Cuiabá. Conheço muito bem os atletas, essa irreverência dele às vezes tem um excesso ou outro, mas ele traz 90% de coisas positivas para o clube, não só pro clube, mas para a cidade, para o estado de Mato Grosso, ele consegue trazer essas coisas boas com esse lado irreverente dele. Ele mudou muito em relação ao passado dele, hoje eu não tenho nada negativo para falar dele, pelo contrário, a gente faz questão que ele fique e vamos propor realmente a renovação de contrato dele."

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Proposta do Corinthians por Raniele

"Existe a proposta e estamos conversando com o Corinthians, o Avaí tem 10% e o Jacuipense tem 25%. Em cima dessa proposta que nós recebemos do Corinthians, fizemos uma proposta para esses dois clubes — o Avaí já concordou, o Jacuipense conversei ontem e fizemos uma mudança na proposta, acredito que deva dar certo. A gente não tem a necessidade de vender o atleta, acontece que é uma grande oportunidade para o jogador, a gente entende esse lado do atleta, isso mexe muito com a cabeça dele. E o Cuiabá também precisa se movimentar, a gente tem feito alguns investimentos depois do fim do Brasileiro, fechamos alguns negócios, não posso falar nomes porque não tem nada 100% concretizado ainda, mas a gente precisa oxigenar nosso caixa para que a gente continue investindo no plantel e no clube. Esse caso do Raniele é muito mais pela oportunidade para o atleta, o Raniele já é um jogador de 27 anos e que teve uma ascensão rápida nos últimos dois anos. A gente está pensando muito mais no atleta do que no clube. Acredito que vai dar negócio, está muito próximo."

Criação do Cuiabá a partir da Arena Pantanal

"Nós começamos do zero o Cuiabá, quando compramos o Cuiabá em 2009, só tinha um papel, que era o contrato social do clube. O Cuiabá não tinha uma bola, uma sede, não tinha nada, não tinha um atleta, e nós iniciamos essa reconstrução do Cuiabá do zero. A decisão de comprar o Cuiabá foi 100% em função da construção da Arena Pantanal, foi confirmado Cuiabá como sede da Copa em abril de 2009, o meu pai, que faleceu agora em fevereiro, teve a ideia de comprar o clube. Toda primeira competição em qualquer divisão é difícil, sofremos na segunda divisão do Campeonato Mato-Grossense, na Série D a gente conseguiu subir no primeiro ano, mas ficamos sete anos na Série C. Esses sete anos na Série C fizeram com que o clube criasse uma casca, aprendesse muito, a gente pagou para aprender esses sete anos na Série C. O primeiro ano na série B a gente também teve dificuldades. Então, essa frase que eu disse, que se a gente conseguisse ficar no primeiro ano, a gente conseguiria ficar por mais anos, é muito em função do potencial, da forma com que o clube é gerido, pela forma como o Cuiabá é. Por estar longe dos grandes centros do futebol, a gente não é muito divulgado, não é muito conhecido, a gente está muito pouco na mídia e as pessoas não conhecem o Cuiabá, o Cuiabá tem várias particularidades. Esse ano nós conseguimos fixar a identidade do clube que sofre, que tem dificuldades, mas que consegue alcançar seus objetivos."

Legado da Copa do Mundo em Mato Grosso

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"O legado da Copa do Mundo aqui em Cuiabá está diretamente ligado à existência do Cuiabá hoje — se não existisse a Arena Pantanal, não existiria o Cuiabá hoje, eu tenho certeza disso. Essa origem, essa forma como o clube é administrado, é uma das razões do sucesso, temos transformado o clube nos últimos anos, estamos construindo um centro de treinamento que vai ficar pronto a partir de julho de 2024. Vamos utilizar o CT em 90% das atividades, é um CT que vai ficar muito bonito, a gente investiu num padrão top, para que nossos atletas se sintam valorizados estando aqui em Cuiabá. Com esse investimento, o Cuiabá não tem nenhuma dívida, o Cuiabá nunca atrasou um dia a folha de pagamento, os direitos de imagens são pagos, as premiações da permanência, a premiação dos jogos, estão sendo pagos hoje. Além do 13º salário, os funcionários do Cuiabá recebem dois ou três salários a mais ao longo do ano, em função dos resultados que a gente atinge. Resumindo, essa permanência é muito em função disso."

Forma de administração do Cuiabá

"Nos últimos anos, a dificuldade de trazer jogadores vem diminuindo bastante, o acesso que a gente não tinha com alguns agentes, players do mercado, a gente tem hoje. Acho que o item inicial lá atrás foi pagar em dia: o Walter, por exemplo, que foi a primeira contratação de impacto que a gente fez em 2021, com certeza pesou muito na balança essa questão do salário ser pago em dia para vir pra cá. Essa administração do clube que temos feito vai ser o grande passo, a grande mudança para o Cuiabá sair de um nível e ir para um nível muito maior."

Novo CT do Cuiabá

"Nosso CT aqui vai ficar entre os cinco melhores do Brasil, em termos de estrutura física, em termos de tecnologia, de acessibilidade, um projeto planejado em cima do que o clube pensa para daqui a 10, 15, 20 anos. Esse pagamento em dia, esse investimento em estrutura, a organização que o clube bem, no Cuiabá hoje não temos executivo, diretor de futebol, o futebol é gerido de uma forma bem simples. São poucas pessoas, eu no dia a dia, o Eder que é meu braço direito no futebol, ele faz uma função de gerente e supervisor. A estrutura do Cuiabá é muito simples, a informação no Cuiabá é muito rápida, as decisões são rápidas, não existe dúvida, não existe medo, as coisas são todas cara a cara, a informação não fica no ar, esses pontos fazem com que a gente consiga trazer jogadores que a gente não conseguiria tempos atrás."

Assista ao De Primeira na íntegra

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