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Justiça aceita denúncia contra marido de médica morta em hotel no ES

A Justiça do Espírito Santo aceitou denúncia do Ministério Público do estado e tornou réu por feminicídio Fuvio Luziano Serafim, ex-prefeito de Cajuti (MG), preso por suspeita de envolvimento na morte da esposa, a médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, encontrada morta em setembro em um hotel em Colatina (ES).

O que aconteceu

A Justiça recebeu integralmente a denúncia oferecida pelo MPES na quarta-feira (18). Fuvio deve responder por feminicídio qualificado por asfixia, fraude processual majorada e consumo partilhado de drogas.

A juíza decidiu soltar o motorista do casal, Robson Gonçalves dos Santos, que estava preso preventivamente. Na decisão, Silvia Fonseca Silva acatou o que apurou a promotoria, que denunciou Robson apenas por fraude processual, um crime pelo qual é possível responder em liberdade, na avaliação da juíza.

Na mesma decisão, a magistrada negou que o pai da vítima seja ouvido antes da hora no processo. Com a denúncia, a defesa de Fuvio Serafim ainda terá até 10 dias para responder à acusação.

A magistrada também pediu um laudo complementar a respeito do apontamento do uso de morfina como a causa da morte da médica. Os esclarecimentos devem vir da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa de Colatina (ES), que investigou o caso.

Universa tenta acesso à íntegra da denúncia, bem como ao advogado de defesa de Fuvio Serafim e do motorista Robson. Caso haja retorno, o texto será atualizada.

Relembre o caso

Fuvio Luziano Serafim, 44 anos, ex-prefeito de Catuji, é suspeito de ter matado a esposa, a médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, no dia 2 de setembro. Ambos estavam hospedados em um hotel na cidade.

Pela manhã, o homem foi até a portaria "bastante alterado, querendo pagar a conta e dizendo que a esposa estava passando mal", disse o gerente do hotel. O Samu foi acionado e constatou a morte da vítima.

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Juliana foi encontrada com sinais de agressão, e o estado do quarto fez com que os peritos suspeitassem que a vítima tinha sido assassinada. As prisões preventivas de Fuvio Luziano Serafim e do motorista do casal (que dormia em um quarto no mesmo hotel), Robson Gonçalves dos Santos, foram decretadas após os depoimentos dos dois apresentarem incoerências.

Pai da vítima fez denúncia um ano antes da morte

O médico Samir Sagih El-Aouar, pai da vítima, tinha denunciado Fuvio Luziano Serafim à polícia um ano antes do crime. Na ocasião, Samir afirmou que desconfiou de "agressão por parte de Fuvio" após a filha apresentar uma série de internações em hospitais, relacionadas tanto a agressões físicas quanto a abuso de substâncias.

A médica chegou a ser internada com sinais de abuso da substância ketamina e de morfina, assim como Fuvio, segundo informou o pai da médica à polícia.

Um frasco de ketamina foi encontrado ao lado de fora da janela do quarto em que Juliana e Fuvio estavam quando a médica morreu, segundo o boletim de ocorrência do crime ao qual o UOL teve acesso.

O laudo do SML (Serviço Médico Legal) apontou que a vítima sofreu "graves lesões", sendo que as causas da morte de Juliana foram hipoxemia (baixa oxigenação no sangue), asfixia mecânica, broncoaspiração (entrada de substâncias estranhas, como alimentos e saliva, na via respiratória) e traumatismo cranioencefálico.

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