Tireoide: 11 sinais de que ela pode estar funcionando pouco ou demais

De repente, você começou a se sentir cansado ou deprimido? Ou está agitado e ganhou peso de forma inexplicável? Esses sintomas podem indicar que a tireoide está alterada - funcionando demais ou pouco.

Essa glândula fica localizada na parte frontal do interior do pescoço e tem o formato parecido com uma borboleta. É provável que você nunca escute falar dela até surgir algum problema que afete o seu organismo.

Apesar de ser bastante pequena, ela é responsável por produzir e regular a secreção de hormônios importantes. E qualquer disfunção na tireoide causa sintomas desagradáveis que comprometem a qualidade de vida.

Os hormônios da tireoide são fundamentais para garantir o crescimento e o desenvolvimento adequado da criança e o bom funcionamento do organismo adulto. Eles controlam nosso metabolismo, são fundamentais para os sistemas cardiovascular, muscular e até para a cognição. Por isso, são essenciais para todos os órgãos.

Vale destacar que essa glândula pode apresentar dois principais distúrbios: hipertireoidismo, que é o excesso de produção de hormônios tireoidianos e o hipotireoidismo, diminuição da produção hormonal. Essas condições causam sintomas variados.

A seguir, veja quais são os sinais que merecem atenção e podem indicar um distúrbio da tireoide.

1. Cansaço extremo

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A fadiga é um sintoma comum em pessoas com hipotireoidismo. Isso ocorre porque a falta da produção dos hormônios tireoidianos causa uma queda no metabolismo e nas funções do organismo. Por isso, a pessoa sente um cansaço extremo, além de sonolência, falta de ânimo e energia para realizar as atividades.

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É comum que ações simples como varrer a casa ou tomar banho tornem-se cansativas e desanimadoras. Vale lembrar que esse desânimo costuma ser confundido com outras doenças, como depressão, Síndrome de Burnout e até mesmo diabetes.

2. Mudanças de humor

Como os hormônios tireoidianos regulam o desenvolvimento de neurônios, é comum haver mudanças no humor. Há pessoas que apresentam irritabilidade, nervosismo e agitação. É comum que quem tenha hipertireodismo fique mais acelerado, sinta palpitações ou tremores. Por outro lado, pacientes com hipotireoidismo, podem ter depressão, falta de energia e desânimo.

3. Concentração e memória

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O corpo inteiro pode ser afetado pelo mau funcionamento da tireoide, inclusive o cérebro. São frequentes casos de dificuldade de concentração, raciocínio e memória. Algumas pessoas apresentam hiperatividade, ficam muito aceleradas e não conseguem prestar atenção por muito tempo. Há também quem sofra com esquecimentos constantes.

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4. Diminuição da libido

Alterações na tireoide também comprometem a vida sexual. Isso porque interferem nos hormônios sexuais e provocam a diminuição da libido em ambos os sexos. É comum causar disfunção erétil nos homens e ressecamento vaginal nas mulheres.

5. Alterações no peso

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Se a tireoide não funciona adequadamente (hipotireoidismo), o metabolismo fica mais lento. Com isso, diminui o gasto de energia, o que aumenta o peso. Há casos em que há uma diminuição da capacidade do rim de eliminar líquidos, logo ocorrem inchaços em braços, pernas, rosto e pálpebras. Assim, é comum que a pessoa ganhe alguns quilos. No hipertireoidismo ocorre exatamente o contrário: o metabolismo fica acelerado e a pessoa emagrece.

Porém, se a alteração no peso é o único sintoma presente, é menos provável que seja devido exclusivamente à disfunção da tireoide. Por isso, é preciso averiguar a causa.

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6. Palpitações

O coração acelerando rapidamente em repouso ou até mesmo dormindo. Esse sintoma também pode ser uma disfunção da tireoide. O metabolismo acelerado causa aumento dos batimentos cardíacos e o excesso de hormônio tireoidiano altera a frequência cardíaca.

Um estudo realizado pela Universidade de Harvard (EUA) com mais de 3.000 mulheres mostrou que variações na glândula comprometem a saúde cardíaca. O sistema cardíaco é um dos principais alvos dos hormônios tireoidianos. O excesso de hormônios aumenta a sensibilidade do coração, causando aumento da frequência cardíaca e até mesmo arritmias.

7. Mudanças no funcionamento do intestino

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Os hormônios produzidos pela glândula também afetam os movimentos peristálticos do intestino, ou seja, a movimentação dos alimentos pelo sistema digestivo. Dessa forma, quando a tireoide funciona mal, a pessoa diminui a frequência das evacuações, causando prisão de ventre. Já quando ela trabalha em excesso é comum que o intestino funcione mais, acarretando diarreias.

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8. Dores musculares

Os hormônios tireoidianos são importantes para a contração e o relaxamento dos músculos. Tanto no hipotireoidismo quanto no hipertireoidismo, os músculos podem ser afetados. E assim são frequentes dores musculares, rigidez e cãibras.

9. Alteração do ciclo menstrual

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A tireoide também participa da regulação do ciclo menstrual. A falta ou o excesso tornam os ciclos irregulares —aumento ou redução do fluxo, atrasos e sangramentos por mais vezes no mesmo mês. É possível também ocorrer uma condição chamada amenorreia, caracterizada por parada do ciclo por diversos meses.

Os problemas na tireoide podem influenciar os ciclos de estrogênio e progesterona (hormônios femininos), alterando a menstruação e aumentando a dificuldade de engravidar.

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10. Sensação térmica

Você sente muito frio ou está sempre com calor? A responsável pode ser a tireoide. Isso porque ela controla a taxa metabólica do corpo e regula a produção de calor. Em excesso, há aumento da temperatura corporal, maior transpiração e sensibilidade a maiores temperaturas. Já em baixas quantidades (hipotireoidismo), há redução da temperatura corporal e intolerância ao frio.

11. Perda de cabelo

Os folículos capilares são regulados pelo hormônio da tireoide e responsáveis por produzir e fazer os fios de cabelo crescerem. Quem sofre com hipotireoidismo pode perder os cabelos, uma vez que os folículos param de se regenerar. Eles também ficam mais espessos e com o tempo causam calvície, tanto em homens quanto em mulheres. Vale destacar que é normal perder de 50 a 100 fios de cabelos por dia.

Quando é indicado buscar ajuda?

Se houver queixas de sintomas compatíveis com hipo ou hipertireoidismo, é importante conversar com um endocrinologista. Na consulta é realizada uma avaliação clínica, dosagem de hormônios no sangue e exames de imagem para chegar a um diagnóstico.

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O quadro clínico de sintomas e sinais é muito vasto. Por isso, cabe ao endocrinologista avaliar se uma determinada queixa está relacionada com algum distúrbio da tireoide. Para isso, utilizamos exames de sangue específicos e de imagem, como ultrassonografia do pescoço.

É importante reforçar que apenas um sintoma não confirma alteração de tireoide. Geralmente, são vários sinais ao mesmo tempo. É mais frequente em pessoas que tenham familiares com distúrbio na glândula, realizaram alguma cirurgia ou radioterapia na região do pescoço, moram em uma região com deficiência de iodo na alimentação ou utilizam medicamentos que afetam a saúde da tireoide.

A boa notícia é que ambos os distúrbios, hipotireoidismo ou hipertireoidismo, têm tratamento adequado com medicamentos, o que reverte, na maioria dos casos, os sintomas desagradáveis citados. O paciente deve procurar ajuda quando apresentar sinais e sintomas. O aumento cervical (do pescoço) e nódulos também devem ser observados. Em 95% dos casos, os nódulos na tireoide não são cânceres. Mas é importante consultar um especialista e identificar qual é o problema.

Fontes: Ana Luiza Maia, endocrinologista e membro da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) e presidente da Latin American Thyroid Society; Augusto Cezar Santomauro Jr., endocrinologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Laura Sterian Ward, endocrinologista e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Cristiane Lauretti, endocrinologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo; e Flavio Hojaij, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço e professor livre docente da FM-USP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

*Com matéria publicada em 01/12/2022

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