Presidente da Anatel fala sobre bloqueio de Bets ilegais
Desde a última sexta-feira (11), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tem intensificado o combate às casas de apostas esportivas ilegais que continuam operando no Brasil, mesmo após a regulamentação do setor.
Segundo o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, o bloqueio envolve mais de 2 mil domínios. Além disso, muitas das empresas ilegais voltam a operar burlando o bloqueio da entidade.
"Esse é um trabalho contínuo, não vai acabar. Estamos em contato direto com a Secretaria de Prêmios e Apostas para receber atualizações da lista de sites irregulares e efetivar os bloqueios", disse o presidente, em entrevista à CNN, no início desta semana.
O cenário, no entanto, é complexo. Segundo Baigorri, as casas de apostas ilegais “adotam subterfúgios para driblar os bloqueios”, como a mudança de domínios e o uso de tecnologias que não estão sob a regulação da Anatel ou de qualquer outro órgão do Governo Brasileiro, como a distribuição de números de IPs e o uso de redes privadas virtuais (VPNs).
“O que recebemos do Ministério da Fazenda é uma relação de domínios, que é o nome do site, e aí a gente determina às empresas de telecomunicações que bloqueiem estes domínios. Mas a Anatel não faz a gestão destes domínios, por exemplo. A distribuição de nomes de domínios ou de números de IPs não é algo feito pela Anatel”, explicou Baigorri.
"O agente mais importante neste combate é o cidadão"
Num cenário onde, mesmo proibidas por leis, algumas empresas ainda seguem operando por meio de burlas ao sistema, Carlos Baigorri salienta que o apostador tem papel crucial neste processo. Ao evitar bets ilegais, os consumidores ajudam a combater este tipo de empresa.
“O principal agente que pode impedir ou reduzir essa atividade de bets ilegais no Brasil é o próprio apostador. O Estado Brasileiro vai tomar uma série de medidas para impedir o funcionamento das bets irregulares, mas quem tem o poder mesmo é o consumidor. A melhor forma de acabar com estas empresas é não ter apostador nelas”, disse.
Por estarem ilegais, estas empresas oferecem riscos ao apostador, que passa a não ter qualquer tipo de direito e, muito menos, respaldo do Estado. "Se o cidadão fizer uma aposta em uma bet irregular e tiver algum problema, ele está por sua conta em risco, porque ele não terá nenhuma proteção do Estado. Então, é fundamental que o apostador esteja atento a isso, garanta que aquela bet que ele está frequentando, fazendo suas apostas, seja uma empresa regular. Porque assim ele estará mais protegido com questões de saúde mental, saúde financeira, sabendo que aquele é um ambiente controlado, onde as regras estão sendo cumpridas".
O presidente da Anatel reiterou que esse trabalho será contínuo, numa cooperação entre a Secretaria de Prêmios e Apostas, do Ministério da Fazenda, e a Anatel, para desestimular os operadores ilegais de atuarem no mercado nacional.
“Nossa ideia é ir sempre colocando mais barreiras e dificultando mais a vida das bets irregulares, de tal forma que em algum momento essa atividade econômica deixe de ser interessante e eles busquem a regulamentação do seu sistema de apostas ou desistam do mercado”, completou Carlos Baigorri.