Elefanta Bambi será transportada de SP para MT em viagem de 36 horas
Depois de seis anos vivendo no Bosque e Zoológico Municipal Doutor Fábio Barreto, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, a elefanta indiana Bambi, de 58 anos, ganhará um novo lar. Ela será transportada ao Santuário de Elefantes do Brasil, na Chapada dos Guimarães (MT). O animal será levado dentro de um compartimento especial colocado em cima de um caminhão.
A operação de transporte da elefanta será amanhã. A viagem estava marcada para ter início hoje, mas como o animal não se adaptou como o esperado na caixa de transporte, os profissionais que cuidam da transferência optaram por fazê-la na quarta-feira.
Bambi viajará em uma estrutura confeccionada especialmente para o transporte de elefantes que oferece ao animal toda a segurança necessária. Com cinco metros de comprimento, dois de largura, três de altura e pesando cerca de 5,5 toneladas a estrutura possui 18 janelas para a circulação de ar e tem um telhado para proteger Bambi do sol e da chuva.
Além disso, o espaço é equipado com uma câmera de segurança, por onde veterinários e biólogos acompanham o comportamento da elefanta durante o trajeto de 1.270 quilômetros até o Mato Grosso. O transporte de Bambi está previsto para ser concluído até a noite de quinta-feira (24).
"A gente tem um planejamento de paradas em postos de combustíveis, mas a quantidade de vezes que vamos parar depende de como o elefante está se comportando e reagindo na viagem. Se percebemos que ela está tranquila, a gente segue viagem. Do contrário, vamos fazendo mais pausas", explica Daniel Moura, diretor do Santuário.
Há mais de um mês o transporte de Bambi vem sendo estudado e 13 profissionais participam dessa operação. Dois carros com biólogos, veterinários e funcionários do Santuário dão apoio ao translado, além da Polícia Rodoviária Federal, que está escoltando o caminhão com Bambi.
Durante a viagem de 36 horas, Bambi terá água à vontade e será alimentada com frutas, legumes, feno e suplementos, que podem ser oferecidos por aberturas em sua caixa de transporte.
Adaptação para a viagem
O processo de adaptação de Bambi para a viagem começou na quinta-feira (17). A caixa onde a elefanta de 3,7 toneladas será transportada foi instalada no recinto onde ela vive no zoológico para que o animal se habituasse ao ambiente e não estranhasse o local durante a viagem — tudo para que o transporte seja feito sem a aplicação de sedativos e medicamentos.
"Ao longo dos últimos dias colocamos a alimentação no interior da caixa e assim ela vai se acostumando a entrar e sair do local e ver que se trata de um ambiente seguro. Somente depois que percebemos que ela já está habituada é que fazemos o transporte", explica o diretor do Santuário.
Ao chegar na nova casa, Bambi será levada ao centro de medicina do Santuário e vai passar por um processo de adaptação. Nos primeiros dias, a elefanta ficará em um espaço de três hectares sozinha. Depois, poderá se juntar aos demais animais que vivem no local. O Santuário possui uma área com cerca de 30 hectares, com lago, árvores e um espaço com lama.
Processo de transferência de Bambi
Há dois anos o Santuário de Elefantes tenta fazer a transferência de Bambi do zoológico para o local. Segundo a entidade, o estabelecimento não tinha estrutura suficiente para cuidar do animal, que é cego do olho esquerdo e tem problemas na mandíbula. Antes de ir para o zoológico, a elefanta pertencia ao Circo Stankowich.
O caso foi parar na Justiça e, através de uma liminar, deferida em agosto, a transferência do animal foi autorizada após uma ação civil pública movida pelo Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal. No começo deste mês, o Santuário lançou uma campanha de arrecadação de recursos para viabilizar a transferência de Bambi. Chamada de "Bambi, vem pra manada", a campanha arrecadou R$ 150 mil em doações.
Segundo o Santuário, o dinheiro está sendo usado para cobrir os custos com o transporte do animal, cuidados veterinários e também para a alimentação de Bambi nos próximos seis meses.
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