Pele de tilápia chega ao Pantanal para tratamento de animais queimados
O uso da pele de tilápia para tratamento de queimaduras é uma técnica genuinamente brasileira, desenvolvida na Universidade Federal do Ceará (UFC), e já chegou a ser exportada para fora do Brasil em 2018 para tratar animais feridos em incêndios na Califórnia. No Brasil, no entanto, só tinha sido utilizada para tratar humanos. Até essa semana. Uma equipe do Instituto de Apoio ao Queimado (CE) viajou ontem (6) ao Pantanal para levar uma grande doação do material e treinar os voluntários da Ampara Animal na utilização desse curativo natural.
A veterinária Behatriz Odebrecht Costa é uma das integrantes da equipe que chegou ontem no Pantanal. Ela contou ao UOL BICHOS que todos do Instituto de Apoio ao Queimado se sensibilizaram com a situação dos animais pantaneiros e por isso resolveram procurar a ONG Ampara Animal oferecendo a pele de tilápia. A ONG é uma das instituições que tem trabalhado no resgate e tratamento de animais na região.
A pele de tilápia funciona como um curativo biológico e, por ter grande quantidade de colágeno, ajuda na cicatrização da região afetada. Apesar de ser aplicado em humanos desde 2016 pelo Instituto, o uso em animais é mais raro e se restringia até agora ao tratamento de feridas traumáticas em cães, gatos e cavalos.
Ao pousar ontem no Mato Grosso por volta das 14h30, a equipe já se dirigiu à Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) para deixar o estoque de peles de tilápia. Lá, aplicou o curativo biológico no primeiro animal, um filhote de veado-catingueiro. O animal tinha ferimentos por queimadura próximos às quatro patas.
"Hoje continuaremos a triagem e selecionaremos quais serão aqueles animais aptos a receber a pele", conta Behatriz. Na lista de triagem estão duas antas e um tamanduá também internados na universidade.
Além de estimular a produção de colágeno, a pele de tilápia também é um tratamento mais confortável para os animais, já que não demanda trocas constantes de curativo e, por isso, acaba sendo menos doloroso. Ao todo, 130 amostras do material foram enviadas à universidade. Nos próximos dias, Behatriz e o restante da equipe do Instituto de Apoio ao Queimado, um biólogo e um enfermeiro, continuarão aplicando o tratamento em alguns animais para treinar os voluntários que já atuam no resgate e tratamento desses bichos no Pantanal.
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