Bichos de estimação são capazes de sentir quando o dono está doente?
Ninguém te tira da cabeça que quando você está gripado seu cachorro é mais cuidadoso e parece saber que está doente? Ou então que o gato de uma conhecida definitivamente parecia saber antes que ela própria da presença de um câncer ainda não descoberto? Pode parecer coisa sobrenatural ou sem explicação, mas a ciência já provou inúmeras vezes que os cães e gatos são de fato capazes de detectar doenças em seus donos - ou em qualquer outro ser humano.
Para isso, eles fazem uso de seu sentido mais aguçado de todos: o olfato. Enquanto as pessoas contam com cerca de seis milhões de receptores olfativos no nariz, os cachorros, por exemplo, tem mais de 300 milhões. Por isso, cheiros que passam despercebidos por nós, como aqueles liberados por nosso corpo quando estamos com alguma infecção ou sofremos alterações hormonais, são percebidos com frequência pelos animais.
Você já deve ter ouvido falar dos cães farejadores que estão sendo usados em aeroportos de diversos países para detecção de pessoas com COVID-19, mas essa não é a primeira vez que os bichinhos ajudam na identificação de doenças com um empurrãozinho da ciência.
Em 2017, o Instituto Curie, em Paris, dedicado especialmente aos estudos na área oncológica, treinou dois cachorros da raça pastor belga para identificar quantas pacientes dentre 130 voluntárias tinham câncer de mama. A identificação deveria ser feita por meio apenas de toalhas de pano que ficaram em contato com os seios das mulheres durante a noite. Para surpresa dos pesquisadores envolvidos, a eficácia do teste foi de 100%, e o olfato dos cães se saiu melhor até mesmo que a tecnologia chamada "nariz eletrônico", capaz de identificar o cheiro de alguns componentes das células cancerígenas.
Já um outro estudo conduzido pela Universidade de Durham, no Reino Unido, utilizou dois cachorros labradores para medir a capacidade dos cães de detectar a malária em seres humanos. A amostra foram meias de náilon utilizadas por crianças da Gâmbia, país africano com alta incidência da doença. Os cães foram capazes de sentir o cheiro liberado pelas crianças doentes em 70% das vezes.
Por fim, também há indícios de que o tom de voz dos humanos pode dar pistas aos animais de estimação de que algo está errado, especialmente quando se trata de doenças diretamente ligadas ao emocional, como a depressão e a letargia. Embora não tenham a capacidade de interpretar muitas palavras além daquelas que são mais familiares a eles, as variações no tom de voz e as emoções que elas expressam são um guia para os bichos de estimação compreenderem melhor seus tutores. E, por consequência, quando algo não vai bem com eles.
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