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Com 4 escolas entre as favoritas, apuração do Carnaval de SP começa às 16h

Simon Plestenjak/UOL
Imagem: Simon Plestenjak/UOL

Do UOL, em São Paulo

13/02/2018 08h33

A briga pelo título do Carnaval de São Paulo deve ficar entre Império da Casa Verde, Mocidade Alegre, Vai-Vai e Dragões da Real. Outras duas escolas, Acadêmicos do Tatuapé e Rosas de Ouro, correm por fora. A apuração do desfile paulistano começa às 16 horas, com acompanhamento do Placar UOL.

A Tricolor Independente, que fez a sua estreia no grupo especial, tinha tudo para iniciar em grande estilo seu desfile na elite do samba paulista, mas o filme de terror do enredo acabou virando pesadelo na vida real da escola.

O elemento da comissão de frente quebrou e teve de ser rebocado por uma empilhadeira. O uso de equipamento estranho ao desfile levou a escola a perder 1,2 ponto, e o incidente ainda pode comprometer as notas de harmonia, evolução e alegoria, apesar de a agremiação ter terminado o desfile dentro do tempo máximo de 65 minutos.

As favoritas

Império fugiu das homenagens tão presentes no Carnaval deste ano e se inspirou na Revolução Francesa e no musical "Os Miseráveis". Na Avenida, passaram a riqueza dos fidalgos e as mazelas do povo. O luxo e o cuidado com fantasias e alegorias, marcas registradas do carnavalesco Jorge Freitas, estavam presentes em todos os carros.

A comissão de frente surpreendeu ao decepar a cabeça do bobo da corte (representante do povo) -- o efeito deu muito certo na avenida. O abre-alas mostrou cavalos gigantes com movimento, baile da nobreza… Mas a alegoria seguinte já destacava a pobreza. No quarto carro, as atenções se voltaram para a escultura de um elefante imponente, representando a Bastilha.

Em sua homenagem à cantora Alcione, a Mocidade Alegre dividiu seu desfile entre a vida da artista e São Luís do Maranhão, cidade natal da Marrom. Chamou a atenção pelas alegorias, fantasias e, como sempre, empolgou o público com as paradinhas coreografadas da bateria do mestre Sombra.

O colorido na avenida ficou por conta das fitas, santos e culinária --fazendo referência à cultura local da cidade. A parte musical do desfile foi marcada por algumas alas musicais e um carro com sósias de Alcione e amigas, como Maria Bethânia, Leci Brandão e Nara Leão -- a artista mesmo veio no último carro.

Mais um pouco da história do Brasil veio com a apresentação da Vai-Vai. Porta-bandeira com referências a Nossa Senhora, alas de cardeais, freiras, freis e até pagador de promessas, no enredo em homenagem a Gilberto Gil.

O samba-enredo não falava de Gil, propriamente, mas das letras de suas canções. A vida do artista foi retratada em alas e carros, como o do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Destaque também para o carro do exílio. Ratos, urubus, caveiras faziam referência ao horror vivido pelo cantor.

O desfile da Dragões da Real não foi surpresa para muitos. Afinal, a escola, que foi vice em 2017, tem feito belas apresentações em busca do título inédito. Mas buscar é uma coisa e conseguir é outra.

Além de ter um dos melhores sambas desse ano, para homenagear os sertanejos, a Dragões levou para a avenida plantações, criações de galinha e famílias caipiras, em um enredo de fácil identificação com o público.

A história contada na comissão de frente teve continuação no abre-alas, com encenação de uma típica família sertaneja. Sérgio Reis veio ali, no alto, tocando o berrante e ouvindo os gritos do público. Roberta Miranda, outra sertaneja de peso, marcou presença em outro carro. O show teve direito a festa de São João e quadrilha com casamento e tudo!

Na luta pelo bi

Grandiosa, colorida, feliz e com acabamento impecável, a Acadêmicos do Tatuapé chegou ao Anhembi com todos os requisitos para disputar o bicampeonato. Homenageando o Maranhão, a escola, campeã de 2017, fez paradinhas e paradonas, provando que os componentes estavam afinadíssimos com o samba.

A agremiação da zona leste mostrou as belezas da fauna e da flora do Estado, mas também as mazelas da época da escravidão, as tradições religiosas e o folclore da região.

Rosas de Ouro complicou o páreo levando para o sambódromo a vida dos heróis das estradas, os caminhoneiros. Na comissão de frente, a cena da mulher e do filho à espera do pai, que viaja pelas curvas do Brasil, refletiu a realidade de quem vive pelas estradas.