Um guia para se proteger (e reagir) durante a folia
Guilherme Zamarioli/UOL
Carnaval é tempo de celebrar a liberdade. Mas, infelizmente, os casos de assédio e violência contra a mulher aumentam nesta época do ano. Este guia reúne dicas de como se proteger e reagir na folia em caso de importunação sexual.
A culpa nunca é da mulher
"Muitos homens interpretam o corpo livre como um convite. Qualquer beijo e qualquer toque têm de ser consensuais", lembra a jornalista Marília Taufic.
Baixe esse app!
Marília é cocriadora do PenhaS, aplicativo do Instituto AzMina que auxilia mulheres em situação de violência. Além disso, o "manual da boa cantada" mostra a diferença entre paquera e assédio.
O que diz a lei
A lei de importunação sexual pune com prisão de 1 a 5 anos quem pratica ato libidinoso contra o outro, sem o consentimento dessa pessoa, com o objetivo de satisfazer o próprio desejo ou o de terceiros.
O assédio aconteceu? Procure ajuda!
A prefeitura vai implantar tendas de acolhimento que poderão ser vistas à distância com balões gigantes. Nos postos da PM haverá uma policial para dar apoio às vítimas.
"Anjos da guarda"
A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo capacitou "anjos do carnaval", agentes que estarão de olho nos foliões, fazendo um trabalho de prevenção ao assédio.
Ônibus lilás
Foi vítima? Procure o Ônibus Lilás, unidade móvel da Coordenação de Políticas para as Mulheres, que presta atendimento e realiza encaminhamentos a mulheres vítimas de violência.
Disque 180
Há ainda o número 180, da Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal para casos de violência.
Ande sempre em grupos
A PM de São Paulo e as polícias Civil e Militar do Rio pedem às mulheres que andem sempre em grupos, para inibir a ação de assediadores.
Tenha um ponto de encontro
É importante marcar pontos de encontro com os amigos, já que é comum se perder em meio à multidão.
Ofereça companhia a outras mulheres
"Se perceber outra mulher andando sozinha, ofereça companhia para que curtam o Carnaval juntas", sugere Babi Souza, jornalista e criadora do movimento Vamos Juntas.
Atenta aos sinais
É importante ficar atenta aos sinais umas das outras. "Se houver cara de choro, de incômodo ou de medo, chame essa mulher para dançar com você e sigam num bloco de irmãs", aconselha Marília, do PenhaS.
Afaste-se de brigas e tumultos
Infelizmente, muitas pessoas ainda vão a bloquinhos com a intenção de "causar". Por isso, se avistar briga ou tumulto, o ideal é se afastar, sempre em grupo.
Compre bebidas de vendedores cadastrados
Em SP e no Rio, todos eles estarão identificados. Jamais aceite bebidas de estranhos. E mais: a Secretaria da Polícia Civil do Rio recomenda não consumir bebidas sem o devido lacre.
Cuidado ao pegar táxi, Uber ou carona
Ao pegar Uber ou táxi, sempre compartilhe a corrida com os amigos e informe quando chegar em casa.
Documentos sempre com você
Ter RG, CPF ou carteira de motorista à mão é importante se precisar registrar alguma ocorrência. A Polícia Civil e a PM do Rio aconselham guardar os documentos em uma bolsa presa ao corpo para evitar furtos.
Publicado em 14 de fevereiro de 2020.
Texto: Thaís Sant'Anna
Edição: Lígia Nogueira
Arte: Guilherme Zamarioli
Ilustrações: Guilherme Zamarioli
Fontes: Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, Polícia Militar de São Paulo, Secretaria de Polícia Civil e Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro, Instituto AzMina e Movimento Vamos Juntas