Problema de realizar Carnaval em 2022 são os blocos de rua, diz Gabbardo
Para João Gabbardo, coordenador do Comitê Científico de São Paulo, é possível fazer um controle sanitário contra a covid-19 nos desfiles em sambódromos, mas o problema de se realizar o Carnaval em 2022 são os blocos de rua.
"Os blocos que saem nas avenidas vão ter uma enorme aglomeração. Essas pessoas não vão usar máscara e não vamos ter o controle sobre elas, se eles estão vacinadas ou não", disse Gabbardo ao UOL News, programa do Canal UOL.
Na avaliação dele, que coordena o comitê que aconselha o governo de SP na tomada de medidas contra a covid-19, "se abre uma brecha para um risco muito alto de transmissão" do novo coronavírus ao se decidir liberar a realização de blocos de rua em 2022.
A avaliação se inverte no tocante aos desfiles de escola de samba, geralmente realizados em sambódromos, como o do Anhembi, em São Paulo. Para Gabbardo, "um desfile de Carnaval não é diferente de uma arquibancada de estádio de futebol".
No caso, as pessoas presentes nas arquibancadas dos desfiles poderiam ser obrigadas a utilizar máscara facial e ter que apresentar um teste com resultado negativo para a covid-19 ou um comprovante de vacinação, como acontece nos eventos esportivos.
"A gente pode fazer com que esse ambiente (desfile de Carnaval) seja minimamente controlado", afirmou ele. "Se a gente liberou as pessoas para acompanharem um jogo de futebol, não tem porque não poderem assistir a um desfile de carnaval", pontuou.
Ainda assim, na avaliação de Gabbardo, ainda não é hora de falar sobre o Carnaval. "Ninguém tem capacidade de interpretar ou de entender o que pode acontecer nos próximos 60, 90 dias", disse.
"Há 30 dias, ninguém imaginava que a Europa ia enfrentar essa situação em relação ao número de casos, pior do em outras fases da pandemia", lembrou, classificando a covid-19 como uma doença imprevisível.
A posição de Gabbardo é a mesma tomada por Paulo Menezes, também atuante no Comitê Científico, que disse ontem ter "boas perspectivas" para o ano que vem, mas pediu cautela sobre o Carnaval.
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