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Carnaval de rua 2022: Quais estão cancelados e quais são incertos no Brasil

Carnaval de rua no Rio de Janeiro foi cancelado - Getty Images/iStockphoto
Carnaval de rua no Rio de Janeiro foi cancelado Imagem: Getty Images/iStockphoto

Do UOL, em São Paulo

04/01/2022 20h51Atualizada em 05/01/2022 12h29

O destino do Carnaval de 2022 no Brasil ainda é incerto. Diversas capitais já cancelaram as festividades na rua, mas ainda há cidades que estudam a realização do evento. Na tarde de hoje, foi a vez do prefeito Eduardo Paes (PSD) anunciar o cancelamento do Carnaval de rua carioca.

Eram previstos 620 desfiles de 506 blocos na cidade, entre fevereiro e março deste ano, mas a decisão se deu por causa do aumento de casos de covid-19 na cidade. Outro motivo foi a importância de montagem da estrutura necessária para todos os blocos. No entanto, os ensaios técnicos das escolas de samba do Rio, que estavam previstos para a segunda quinzena deste mês, ainda não possuem data. Além da crise sanitária, o Sambódromo, na Marquês de Sapucaí, no Centro, passa por obras com investimento público e privado estimados em R$ 45 milhões para melhorar as condições da infraestrutura da Passarela do Samba.

Em Curitiba, o Carnaval de rua também foi cancelado - e ocorrerá de forma virtual, pelo segundo ano consecutivo. A decisão foi tomada em dezembro pela FCC (Fundação Cultural de Curitiba), em atendimento ao pedido da Liga das Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos de Curitiba e Região Metropolitana.

Na capital mineira, a Prefeitura de Belo Horizonte decidiu que não vai patrocinar a festa. Sem incentivo da administração municipal, como era feito todos os anos, a expectativa é que os blocos não saiam às ruas. Já a capital sul-mato-grossense, Campo Grande, também já anunciou o cancelamento do Carnaval de rua.

Cuiabá foi outra capital que decidiu não sediar as festividades. Emanuel Pinheiro (MDB), anunciou que a cidade terá decretos proibindo a realização dos festejos devido ao surgimento da nova variante ômicron — a decisão afeta também as festas privadas do período.

O tradicional Carnaval de Olinda também foi cancelado: "O bloco da saúde tá sempre em primeiro lugar. A pandemia continua no mundo inteiro e não tinha como fazer festa com tanta gente ainda pegando covid e gripe", diz postagem da prefeitura nas redes sociais.

Estados sem Carnaval

Além de municípios, alguns Estados já anunciaram que não terão o Carnaval tradicional neste ano. Um deles é o da Bahia. O comunicado ocorreu em dezembro do ano passado, às vésperas do natal. O governador, Rui Costa (PT), creditou a decisão ao avanço da variante ômicron no mundo.

"A decisão está tomada: não haverá Carnaval na Bahia em fevereiro de 2022. Hoje temos 2,4 milhões de baianos com a vacina contra a #Covid em atraso. Além disso, estamos lidando com uma epidemia de gripe, que tem sobrecarregado o sistema de saúde", escreveu no Twitter na ocasião.

No Ceará, os editais de Carnaval foram cancelados ainda no final de novembro. O anúncio foi feito pelo governador, Camilo Santana (PT), via Twitter.

"Informo aos cearenses que determinei hoje o cancelamento do Edital do Carnaval 2022, da Secult. Definitivamente não é o momento de estarmos programando essas festas. Continuamos acompanhando, com preocupação, o avanço da nova variante do coronavírus pelo mundo e devemos ter toda a prudência e responsabilidade para evitar que atinja o nosso Ceará. Seguimos firmes na luta para vencer de vez a pandemia. Vidas em primeiro lugar!", disse ele.

Incertezas em polos tradicionais

No Recife, também não há uma definição. O prefeito João Campos (PSB) chegou a propor um debate sobre o assunto com outras sedes da folia no Brasil, mas não houve nenhum anúncio oficial até o momento. No entanto, alguns dos principais blocos da cidade já cancelaram desfiles em 2022, mesmo que a festa seja mantida, a exemplo do Acho É Pouco e do Homem da Meia-Noite.

O destino do Carnaval em algumas metrópoles ainda está incerto. Para a coluna da jornalista Mônica Bergamo, o prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB-SP), informou que está estudando deslocar os blocos de rua para o Autódromo de Interlagos. Os desfiles das escolas de samba, por sua vez, devem seguir no Sambódromo, na Zona Norte.

O evento no Autódromo permitiria um maior controle de acesso dos foliões, exigindo, por exemplo, a comprovação da imunização contra a covid-19 na entrada do evento. Uma reunião deve ser realizada nesta quinta-feira (6) para definir os próximos passos. No entanto, a festividade seria menor - já que anteriormente a cidade havia autorizado 696 blocos de rua, conforme apontou a coluna.

Artistas também decidem ficar fora de festejos

Diversos artistas já anunciaram que não deverão desfilar em blocos de rua neste ano. Bell Marques comunicou em dezembro que os blocos "Camaleão", "Bloco de Quinta" e "Vumbora", comandados por ele no Carnaval de Salvador, foram oficialmente adiados para 2023. No mesmo movimento, Léo Santana também anunciou que adiou o bloco em Salvador para o ano que vem.

O "Bloco das Gloriosas", comandado pela cantora Gloria Groove, deixou o Carnaval de São Paulo. Ao todo, foram 28 blocos que anunciaram a suspensão das festividades na cidade neste ano. Além disso, Daniela Mercury também já anunciou que não deverá se apresentar. "Sinto muito em anunciar isso, mas avaliamos bem a situação e chegamos à conclusão que o cenário é muito incerto", disse ela.

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