Com indefinição de governos, escolas de SP e RJ mantêm datas de desfiles
Escolas de samba de São Paulo e Rio de Janeiro ainda aguardam a definição dos governos estaduais e municipais sobre a realização do Carnaval em 2022. Após a Liga das Escolas de Samba de São Paulo apresentar uma proposta de protocolos sanitários para os desfiles no Sambódromo do Anhembi, a decisão final sobre a realização do Carnaval paulistano deve ser anunciada na quinta-feira (20).
Em entrevista ao UOL News, o carnavalesco Mauro Quintaes, da Império de Casa Verde, disse que os preparativos para o desfile da escola seguem normalmente. "A intenção da escola é concluir o Carnaval como se a data tivesse firmada, independente do resultado da reunião de quinta-feira."
Segundo ele, a agremiação tem muitos profissionais de fora de São Paulo e, por isso, quer deixar as fantasias e carros prontos seguindo o cronograma já estabelecido. "Caso não aconteça a festa, vamos poder embalar e guardar tudo. Mas a intenção e objetivo da escola é cumprir todos os seus compromissos e preparar esse Carnaval para a data prevista para 2022", afirmou.
No Rio de Janeiro, o cenário de indefinição é o mesmo. O comitê científico da capital fluminense, que deve decidir pela realização ou não dos desfiles na Marquês de Sapucaí, tem encontro marcado para próxima segunda-feira (24).
Ao UOL News, André Bonatte, diretor de carnaval da Imperatriz Leopoldinense, disse que a escola também se prepara para entrar na avenida, mas pediu agilidade no anúncio da decisão da prefeitura.
"A diferença é que um desfile de escola de samba não dá para a gente botar um trio elétrico na rua em uma semana e a gente faz o Carnaval. O desfile de escola de samba precisa ser preparado antes. Isso tudo é uma cadeia de empregos de pessoas que precisam disso para sobreviver, então, o que temos feito é nos preparar para que esse desfile aconteça", disse.
Para ele, há um peso diferente na cobrança do cancelamento do Carnaval do que para outros grandes eventos realizados no Rio. "As escolas do Rio de Janeiro sempre seguiram as orientações da saúde. A gente fechou os barracões e as quadras, enquanto víamos festas clandestinas e shows de sertanejo."
"O samba, historicamente, é discriminado. Em algum momento, o sambista já foi problema de segurança pública, não se podia andar com pandeiro que era preso. Hoje, o sambista virou sinônimo de problema de saúde pública", disse.
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