Portela diz que escolas são 'discriminadas' ao terem desfiles questionados
A Portela publicou um comunicado afirmando que as escolas de samba estão sendo vítimas de ataques preconceituosos. Segundo a agremiação, as escolas estão sendo atacadas, colocadas como "adversárias da saúde pública" e sofrendo discriminação ao terem seus desfiles questionados.
"Se temos uma infinidade de atividades e eventos garantidos pelo passaporte de vacinação, mas apenas o desfile de escola de samba é questionado, também temos uma situação clara e evidente de discriminação", diz o texto.
Para a Portela, a afirmação de que escolas de samba estão "contra a saúde pública" revela o preconceito contra os sambistas.
É exatamente a manutenção deste preconceito, profundamente enraizado em nossa sociedade, que faz, no atual momento da pandemia, que os desfiles de escola de samba sejam tratados de forma diferenciada, considerando o conjunto de eventos agendados para as próximas semanas em todo o país. G.R.E.S. Portela
A escola argumenta que, se os desfiles das escolas de samba forem impedidos, todos os eventos que estão sendo realizados atualmente também deveriam ser cancelados ou remarcados.
"É um imperativo moral que os 'trabalhadores do carnaval', como parte do setor cultural, sejam tratados da mesma forma que os demais trabalhadores deste setor, bem como se aplique para os artistas do carnaval as mesmas regras e normas vigentes ao setor de eventos, sem qualquer discriminação".
A questão real que precisa ser decidida pelos especialistas é se o passaporte de vacinação garante segurança para a realização de eventos. Eventos no plural, frisamos, pois, se o passaporte não garante a segurança nas arquibancadas do sambódromo, também não garante nos estádios de futebol. G.R.E.S. Portela
O texto diz ainda que "se os componentes vacinados de uma escola de samba estão desprotegidos, da mesma forma estará o público dos muitos shows marcados para as próximas semanas".
A agremiação afirma confiar que os cientistas reconhecerão a importância do passaporte vacinal para a realização do evento. Por fim, a Portela diz repudiar "de forma veemente as declarações levianas de que o vírus da covid-19 teria se espalhado no sambódromo em 2020".
Tal acusação carece de esclarecimento junto à sociedade e à própria comunidade científica, não cabendo, pelos danos causados à imagem da mais conhecida manifestação cultural do país, seus artistas e trabalhadores, tratar-se apenas de uma hipótese. Ainda assim, mesmo que tal informação pudesse ser comprovada, em nada acrescentaria ao atual debate, que, reafirmamos, deve se orientar pela segurança do passaporte de vacinação.
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