Após perder 71kg, rainha de bateria quer mostrar aonde chegam as gordinhas
Monalisa Moura não liga para os comentários dos haters. Desde que foi anunciada como rainha de bateria da Raça Rubro Negra, além de musa da Unidos de Bangu, ela recebe críticas sobre não saber sambar ou acusações de que teria comprado seus cargos na escola. Para ela, no entanto, o posto no Carnaval do Rio é símbolo de uma conquista pessoal.
De 2013 para cá, Monalisa eliminou 71 quilos, após sofrer com depressão e enfrentar quadros de anorexia e bulimia depois de realizar cirurgia bariátrica. Em papo com Splash, a musa diz querer servir de inspiração para outras mulheres. "Quero que olhem para mim e vejam minha história. Mostrar aonde as gordinhas podem chegar", torce.
Altos e baixos
Durante sua segunda gravidez, Monalisa sofreu com a depressão diante do ex-marido, dependente químico. Pesando 139kg na época, ela não conseguia sair de casa sozinha ou mesmo passar na catraca do ônibus. Atentou contra a própria vida aos cinco meses de gestação e, ao sobreviver, percebeu que precisava mudar sua história.
"Dependia das pessoas pelo meu peso. Graças a Deus, meu filho não foi prejudicado. Sei que é uma doença. Hoje, meu filho é agarrado comigo. Isso tira um pouco da culpa", pondera.
Seis meses após dar à luz, Monalisa realizou a cirurgia bariátrica. O peso diminuiu, mas os problemas mudaram. "Passava 48 horas em jejum. Vomitava depois de comer. Estava obcecada em emagrecer cada vez mais", relembra. Os quilos perdidos geraram um excesso de pele, difícil de ser resolvido.
Ao descobrir que o ex-marido tinha uma amante, colocou um fim na relação, mas sofria com os comentários da nova mulher dele. "Essa amante me chamava de pelancuda. Isso nunca saiu da minha cabeça. Não tinha nada do meu caráter para falar e me atingia pelo corpo", conta.
Hora da mudança
Sem a ajuda do marido, Monalisa começou a trabalhar como vendedora em uma loja automotiva e, assim, conquistou o dinheiro necessário para bancar suas outras cirurgias. "Eu emagreci, engordei e emagreci de novo. Cheguei a 101kg depois da bariátrica. O obeso luta a vida inteira", explica.
Monalisa realizou uma abdominoplastia, uma mastopexia (retirada do excesso de pele dos seios) e três lipoaspirações. Mantendo o peso controlado há cinco anos, ela também mudou seu estilo de vida. "Me preocupei com a saúde. Comecei com exercícios e suplementação alimentar", diz.
Fiz minhas plásticas todas com o meu dinheiro, sem ajuda de 'bofe' nenhum. Eu luto pela autoestima. Mulheres gordinhas sabem que são lindas, mas sabem que precisam se esforçar. Autoestima em excesso vira soberba. E as gordinhas que têm diabetes ou hipertensão? Como vou incentivar elas a continuarem gordinhas? O mais importante não é a aparência, é a saúde.
Preparação para o samba
Monalisa quer que sua história seja exemplo de que todos os corpos podem ser celebrados no carnaval. Se preparando para ganhar a avenida, ela intensificou os treinos, fazendo aulas de samba e evitando comparações.
"Não nasci no berço do samba. Me comparam com outras que têm o mesmo posto. A maioria das rainhas de bateria e musas das escolas têm corpão, são definidas. Eu não tenho uma rotina totalmente fitness. Tem dias que termino as aulas de samba chorando de tanta dor. Duas horas de aula equivalem a muito mais que academia. Meus músculos da perna já endureceram", conta.
Meu corpo nunca vai ser o da Gracyanne. Nosso corpo é nossa história. A história dela é diferente da minha. Ser o meu melhor é o meu suficiente. Eu ainda tenho sobras de pele que pessoas que nunca foram obesas não têm. Cheguei em um lugar onde só as beldades que estão no padrão chegam. Olha onde aquela 'gorda pelancuda' chegou!
Peça ajuda
Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda especializada como o CVV e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade.
O CVV (https://www.cvv.org.br/) funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Br
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