Chegando aos 40, Paolla Oliveira fala de fantasia 'ousada': 'mudei o shape'
Paolla Oliveira, que completa 40 anos hoje, vai aguardar mais alguns dias para comemorar em grande estilo. Após ser rainha de bateria da Grande Rio em 2009, a atriz voltou em 2020 ao cobiçado posto da escola de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Pelo segundo desfile consecutivo, a atriz se prepara para brilhar à frente dos ritmistas de Mestre Fafá.
Enquanto segura a ansiedade para o desfile, marcado para sábado, 23, ela curte os ensaios técnicos, em contato direto com os seus súditos ritmistas. A escola costuma fazer ensaios fechados na quadra às terças. Paolla marca presença em quase todos. "Minha relação (com eles) é ótima, não teria como ser diferente. Só tenho essa posição de destaque, porque existe uma bateria com mestre maravilhoso, o Fafá. Como costumo dizer, Fafá é um garoto, é cria da comunidade, orgulho de todo mundo. Feliz demais por caminhar ao lado dele nesse desafio", elogia ela, que atualmente namora o sambista Diogo Nogueira, que sempre está ao seu lado nos ensaios.
Só lamenta a agenda apertada de gravações. "Como tenho tido muito trabalho, gostaria de estar mais com eles. Ainda assim, tento ficar próxima e em harmonia o máximo que posso. Estudo, ouço e ensaio tudo para entender o que está sendo criado por essa galera maravilhosa", continua.
Energia religiosa
Com o enredo "Fala, Majeté: Sete Chaves de Exu", desenvolvido por Gabriel Haddad e Leonardo Bora, Paolla não revela detalhes de sua fantasia. Mas garante: "É ousada! Mais do que tudo, vem representando algo forte num enredo potente. Mudei o shape das fantasias que costumo fazer, mas é segredo".
A atriz acredita que a energia do desfile necessite de certos cuidados. "Peço permissão e benção para entrar com energia e peito aberto. Antes de tudo, permissão para que seja um Carnaval de muita alegria para quem estiver ali. A Sapucaí é um lugar de muita energia, tanto para quem desfila, quanto para quem assiste. É difícil a gente não pedir para que esse dia seja especial, que saia como se planejou, que não chova. Entro com pé direito", afirma.
Defensora da liberdade religiosa, ela acredita que o enredo atual possa ser uma voz no combate à intolerância de religiões de matrizes africanas. "A homenagem a essas religiões é muito necessária. Essa energia é potente, porque fala de fogo, de comunicação, e do preconceito religioso. Não tem como homenagear e não falar de preconceito religioso. É um enredo lindo, grandioso, e além disso temos uma figura importante que é a Estamira, que todos devem conhecer".
O enredo também faz uma homenagem a Estamira Gomes de Sousa, que protagonizou um documentário homônimo, de Marcos Prado. Foi uma senhora que apresentava distúrbios mentais e ganhava a vida no aterro sanitário de Jardim Gramacho, local que recebe os resíduos produzidos na cidade do Rio de Janeiro. No enredo, ela estará representada numa das alegorias feita com restos de fantasias.
Do estúdio para a avenida
Natural de São Paulo, a atriz não traz na memória grandes recordações dos Carnavais da infância. Talvez, por isso mesmo, viva intensamente o posto de rainha. "A minha maior lembrança eram os bailinhos enquanto criança, com muita bagunça, repleta de confete e purpurina. Mais pra frente, minhas lembranças eram de não poder ir à avenida, até porque não estava no Rio! Me lembro pouco de ter curtido o Carnaval. Talvez por isso eu tenha tanta alegria agora, por estar junto a um povo tão querido, desfilando no coração da escola, com a bateria. Tenho um amor pelo samba que é inexplicável. Fui abraçada pelo Carnaval e pela Grande Rio", diz.
Paolla não tem muita regra nessa fase pré-carnavalesca, sem neuroses de dietas ou malhação. Na véspera do desfile, opta por uma boa noite de sono e evita alimentos pesados. "Ansiedade é meio incontrolável, mas a gente vai dominando como dá. Esse desfile vai ser diferente, porque vou trabalhar o dia inteiro e depois vou para a avenida. É algo que nunca passei, mas estarei lá, com toda minha energia", garante.
Sobre esse Carnaval atípico, em pleno abril, Paolla não acredita que isso vá afugentar os foliões. Pelo contrário, será uma oportunidade de celebrar a vida. Ela foi a favor desse adiamento. "Acredito que nos moldes que estava, o Carnaval não seria o mesmo diante de tanta insegurança. Agora, estamos mais seguros, mais à vontade para curtir. Vai ser um Carnaval de liberdade, alegria e com mais segurança. Merecia que fosse dessa forma", diz a atriz, que está no elenco da próxima novela das sete, "Cara e coragem".
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