Acadêmicos da Tucuruvi abre desfiles do grupo especial de São Paulo
Começa o carnaval 2022! A Acadêmicos do Tucuruvi é a escola que abre o primeiro dia dos desfiles do grupo especial em São Paulo.
Com o samba-enredo "Carnavais... De Lá Para Cá, o que Mudou? Daqui Pra Lá, o Que Será?", a escola retorna ao grupo especial após o rebaixamento de 2020, e traz no tema depoimentos de pessoas que vivem e trabalham com a folia há muitos anos, e promove uma reflexão sobre a festa e a sua permanência em passado, presente e futuro na cultura popular brasileira.
Com Cintia Mello no posto de Rainha de Bateria pelo terceiro ano consecutivo, a "gafanhoto verde" tem a dupla Luan Caliel e Waleska Gomes como Mestre-Sala e Porta-Bandeira. O enredo é de autoria de Diego Nicolau, Marcelo Chefia, Rodrigo Minuetto, Rodolfo Minuetto e Leonardo Bessa —este último também é o intérprete que solta o gogó na avenida.
Segundo o carnavalesco Dione Leite, a proposta do samba-enredo da escola fundada em 1976 na zona norte de São Paulo é "voltar na história e no tempo para fazer um resgate da essência do folião". Para ele, a Tucuruvi volta ao Sambódromo do Anhembi para oferecer "uma mudança de mentalidade para pensar quais são os novos rumos da festa popular".
A Comissão de Frente chamada "A Força da Nossa Raiz Ninguém pode Calar" é do coreógrafo Fernando Lee, e ilustra a ancestralidade do carnaval, fazendo um resumo de todo o enredo que a escola apresenta na avenida.
A coreografia é utilizada para mandar recados com frases escritas nas fantasias. "Sou resistência" é uma das mensagens, destacando a resistência do povo negro. A outra mostra as bandeiras das 14 escolas do grupo especial, para simbolizar a força coletiva da festa popular.
Enquanto alguns carros do desfile da Tucuruvi exaltam o carnaval como a festa popular e de rua, um dos carros critica a disputa entre as escolas, e um suposto engessamento que a própria avenida trouxe para o carnaval. O carro compara a competição a um jogo de apostas.
A ala intitulada "Engessados Estamos É Um Desfile Militar?", por exemplo, faz justamente uma comparação crítica entre desfiles militares e a disputa no sambódromo, que é cronometrada pelas regras, que preveem desconto de pontos quando sobram buracos na avenida ou quando há eventuais falhas técnicas.
Segundo a escola, tal disputa pode podar a liberdade que é inerente à folia.
A Tucuruvi teve um pequeno problema com a saia de um dos carros. Enquanto parte da escultura era empurrada, o tecido prendeu em uma das rodinhas. Para igualar com o outro lado, a direção da escola preferiu arrancá-lo. Dessa maneira, as rodas foram aparecendo pela avenida.
Com um desfile reverente ao samba, a Acadêmicos da Tucuruvi deixou a passarela fazendo uma grande homenagem histórica ao carnaval paulistano e às outras escolas, sem deixar de fazer uma crítica ao teor mercadológico da festa.
*colaborou Bruno Laurato, de SP
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