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Viradouro volta a 1919 e lembra o Carnaval apoteótico pós gripe espanhola

Do UOL, em São Paulo*

23/04/2022 04h08Atualizada em 23/04/2022 14h50

Campeã do Carnaval de 2020 do Rio de Janeiro, a Viradouro fez um desfile correto na luta pelo bicampeonato no grupo especial relembrando a folia de 1919, pós gripe espanhola.

Fazendo um paralelo com a pandemia de covid-19 que pausou a festa em 2021, a agremiação mexeu com o sentimento da arquibancada e fez um dos melhores desfiles da noite.

O samba-enredo Não Há Tristeza Que Possa Suportar Tanta Alegria é uma carta de amor de um pierrô para uma colombina. O nome faz referência a um trecho de uma canção de baile do pré-carnaval de 1919.

A comissão de frente representava a morte, com várias caveiras e a própria imagem da morte representada. Já o abre-alas chamou atenção por sua suntuosidade, com destaque em balanços e mini piscinas.

Uma das alas trazia integrantes empurrando doentes em cadeiras de rodas que levantam e começam a sambar em meio ao Carnaval. Os integrantes ficavam embaixo de um dos carros e surgiam de tempos e tempos na avenida, como um elemento surpresa.

O ponto alto foi a bateria, com vários integrantes que se levantavam para tocar pratos, instrumento pouco usual.

Entre as musas, destaque para Erika Januza, que bastante emocionada estreou como rainha de bateria no lugar de Raíssa Machado. Lorena Improta também desfilou como destaque de chão apenas sete meses após dar à luz sua primeira filha.

Luxo, sofisticação, beleza e animação marcaram o desfile quase impecável, que teve um pequeno problema apenas com o mestre-sala. Julinho nascimento perdeu o sapato em sua performance com a porta-bandeira Rute Alves. Apesar disso, o casal fez uma apresentação sucinta, leve e com energia.

Com um desfile sem problemas, a Viradouro segurou no final para não fazer o tempo mínimo do desfile do grupo especial do Rio, de 60 minutos, e fechou o portão com uma hora e sete minutos de avenida.

*colaborou Valmir Moratelli, do Rio

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