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Ala da Portela reproduz iniciação do Candomblé: 'Devem ser respeitados'

Ala da Portela reproduz iniciação do Candomblé - Thiago Camara
Ala da Portela reproduz iniciação do Candomblé Imagem: Thiago Camara

Thiago Camara

Colaboração para UOL, no Rio

24/04/2022 00h22

Para abrir caminhos e garantir proteção do casal de mestre-sala e porta-bandeira, a Portela traz para Sapucaí, na noite de sábado, o ritual de iniciação do Candomblé.

São 50 componentes da ala "Saída das Iaôs", com pinturas no corpo e máscaras que reproduzem a raspagem de cabelos, presente nos rituais do Candomblé, religião de matriz africana.

"É uma ala que representa e ajuda abrir e expandir esse respeito a nossa cultura do Carnaval e a cultura de matriz africana. Para que as pessoas enxerguem de outra forma. Os rituais das religiões de matriz africana não são para dar medo, devem ser respeitados", afirma Ana Gregório, coordenadora da ala.

Ana é responsável pela preparação de 50 integrantes que passaram 4 meses ensaiando para dançar do começo ao fim da Sapucaí. Entre os componentes, a policial militar, Fernanda Rosa faz sua estreia.

"Estava na minha manicure e uma prima me ligou dizendo que tinha uma ala precisando de gente na Portela e eu fui, sem saber que era uma ala coreografada. No ensaio técnico já foi maravilhoso. Hoje acho que vou chorar do início ao fim da avenida", afirma ela, portelense desde criança e sem religião.

Outra integrante, Cris Camargo explica que a importância da ala para o desfile da Portela que em 2023 vai completar 100 anos.

O ritual dos Iaôs é primeiro passo, onde a pessoa renasce para o Candomblé. Nossa responsabilidade aqui na Avenida é resguardar os casais se mestre-sala e porta-bandeira. Hoje estamos fazendo uma proteção física e espiritual na avenida. Explica ela, filha de Oxóssi com Yansã e com mais de 20 anos de samba

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