De Zeca Pagodinho à música baiana, veja enredos que estarão na Sapucaí
Em 19 e 20 de fevereiro de 2023, as agremiações cariocas tomam a Marquês de Sapucaí para apresentar os seus desfiles em mais um Carnaval. Neste ano, o público presente na arquibancada —e os que acompanham pela televisão— encontrarão histórias curiosas, além de biografias de artistas e homenagens a diferentes regiões.
A Grande Rio, por exemplo, que venceu o último Carnaval homenageando o orixá Exu, em 2023, presta uma homenagem ao cantor Zeca Pagodinho. Com o enredo "Ô Zeca, o pagode onde é que é? Andei descalço, carroça e trem, procurando por Xerém, pra te ver, pra te abraçar, pra beber e batucar!", assinado pelos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad, a agremiação de Caxias propõe uma biografia diferenciada, que abordará, entre outras coisas, uma das grandes paixões do cantor: os bairros do subúrbio carioca.
A homenagem ao Zeca, portanto, concorrerá com a biografia de outro grande sambista que também será contada na avenida. Com o enredo "Lugares de Arlindo", a Império Serrano volta ao Grupo Especial prestando uma homenagem a um dos seus mais ilustres componentes, o cantor Arlindo Cruz. Por causa da grande amizade entre Zeca e Arlindo, pode ser natural que referências a Zeca sejam vistas no desfile, assim como Arlindo seja lembrado na Grande Rio.
Vale destacar ainda que Zeca é assumidamente Portelense. Então, o desfile da Grande Rio ainda deve citar a agremiação centenária de Madureira, bairro do subúrbio carioca. A Portela, por sua vez, tem como enredo uma homenagem a si própria. Assinada pelos carnavalescos Renato e Márcia Laje, a agremiação contará a sua própria história sob olhar dos seus baluartes Paulo da Portela, Natal, Monarco, Tia Dodô e David Corrêa, com o enredo "O Azul que vem do Infinito".
A vice-campeã de 2022, Beija-Flor de Nilópolis, escolheu para o seu desfile mais um enredo crítico, que questiona a história oficial e proporciona o protagonismo ao povo preto e indígena do Brasil. Assinado por Alexandre Louzada e André Rodrigues, o enredo "Brava Gente! O grito dos excluídos no Bicentenário da Independência" busca uma reflexão sobre a real independência do Brasil. Segundo os carnavalescos, 2 de julho de 1823, data que marca a expulsão das tropas portuguesas da Bahia, seria o verdadeiro dia a ser lembrado.
De Niterói, a Unidos do Viradouro, terceira colocada em 2022, homenageará Rosa Courana, ou Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz, tida como a primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil. Assinado pelo carnavalesco Tarcísio Zanon, o enredo "Rosa Maria Egipcíaca" ainda reflete sobre passagens da vida de Rosa, que foi escrava, prostituta, feiticeira e beata.
Enquanto isso, o Salgueiro, que terminou o último campeonato em 6º lugar, vai olhar para a sua história e apresentará um enredo sobre a valorização da liberdade de expressão. O Éden, Adão e Eva, e os carnavais inesquecíveis de Joãozinho Trinta serão relembrados na avenida. O carnavalesco Edson Pereira será o responsável pelo desenvolvimento de "Delírios de um paraíso vermelho".
Se por um lado o Salgueiro aposta em um enredo lúdico e com possibilidades de interpretações diversas, a Paraíso do Tuiuti, com os carnavalescos Rosa Magalhães e João Victor Araújo, mira em uma história curiosa e comprovada pelos artistas. O enredo "Mogangueiro da cara preta" foca a chegada de búfalos no Brasil, por meio da Ilha de Marajó, no Pará, como uma consequência das grandes navegações ocorridas nos primeiros anos após o descobrimento.
Já a Vila Isabel abordará as festas populares e religiosas do Brasil e do mundo no seu desfile. Assinado pelo premiadíssimo carnavalesco Paulo Barros, a escola de Noel Rosa analisa a capacidade humana de celebrar. Festas como o Círio de Nazaré, o Natal, e o Dia dos Mortos, no México, serão citadas na Sapucaí.
Nordeste na Avenida
A região Nordeste do Brasil marcará presença na avenida sob diferentes óticas neste Carnaval. A Mangueira prestará sua homenagem à música baiana, lembrando seus ritmos e influências. Dos carnavalescos Annik Salmon e Guilherme Estêvão, o enredo "As Áfricas que a Bahia Canta" aborda a presença afro na musicalidade, bem como o protagonismo feminino e negro nos ritmos.
Esse é o primeiro ano da dupla de carnavalescos na Mangueira, que assumem após a saída de Leandro Vieira, que agora está na Imperatriz Leopoldinense. Em seu primeiro ano na agremiação de Ramos, o artista contará uma história curiosa sobre o cangaceiro Virgulino Lampião através da literatura de cordel com o enredo "O Aperreio Do Cabra Que O Excomungado Tratou Com Má-Querença E O Santíssimo Não Deu Guarida".
Já com o "Terra De Meu Céu, Estrelas De Meu Chão", assinado pelo carnavalesco Marcus Ferreira, a Mocidade Independente de Padre Miguel falará sobre o artesanato pernambucano na Sapucaí. A agremiação fará uma homenagem ao Mestre Vitalino e a seus discípulos, que mantêm o legado de criação de obras no Alto do Moura, em Pernambuco.
A Baía de Todos os Santos será outro tema lembrado na avenida. Ela foi a fonte de inspiração para o carnavalesco Jack Vasconcelos desenvolver o enredo "É Onda Que Vai? É Onda Que Vem? Serei A Baía De Todos Os Santos A Se Mirar No Samba Da Minha Terra", na Unidos da Tijuca. O artista já antecipou que tupinambás, caboclos, orixás e santos estarão presentes no desfile, bem como o Carnaval baiano e os costumes festeiros do povo baiano.
CarnaUOL
O CarnaUOL está de volta. O maior festival pré-Carnaval de São Paulo acontece no dia 4 de fevereiro no Allianz Parque com mistura de ritmos e grandes artistas no lineup.
Entre as atrações do CarnaUOL estarão Luísa Sonza, Gloria Groove, Claudia Leitte, Barões da Pisadinha, Zé Neto e Cristiano, Dubdogz e Baianasystem.
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