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Claudia Leitte supera fase difícil com Carnaval e terapia: 'Procurei apoio'

Colaboração para o UOL, de São Paulo

01/02/2023 11h08

"Tudo que toca no Brasil nasce na Bahia". É assim que Claudia Leitte, 42, explica suas referências musicais, que passam pelo axé e pelo pop, mas também pelo pagode, pela MPB e por tantos outros estilos. Com mais de 20 anos de carreira e incontáveis sucessos, a artista afirma que nunca planejou o estilo eclético, "foi um plano divino".

Com agenda cheia, a cantora será uma das atrações da oitava edição do CarnaUOL, que acontece neste sábado (4), em São Paulo. O festival pré-Carnaval terá ainda as apresentações de Luísa Sonza, Gloria Groove, Zé Neto e Cristiano, Os Barões da Pisadinha, Dubdogz e BaianaSystem


"Tem uma coisa que é da Bahia. Eu ouvia samba, ouvia pagode... Era influenciada por todos os artistas do pop da década de 1990, então eu brincava de Madonninha numa rua onde estava circulando MPB, Paulinho da Viola andava na minha frente, o Olodum tocando. Eu sempre respirei essa atmosfera doida, está tudo na Bahia".

Em entrevista a Zeca Camargo, no Splash Entrevista, a cantora diz que já tentou ser mais estrategista com sua carreira, mas que não teve muito sucesso. Hoje, acredita que o que dá certo é fazer pelo coração, pela música e deixar fluir. "Não adianta forçar. [Se forçar], pode até ter um resultado, mas não tem longevidade", avalia ela.

E por falar em longevidade, Claudia Leitte chega a mais um Carnaval com força total, com três músicas novinhas, lançadas nos últimos três meses, incluindo estilos diferentes e parcerias com Ivete Sangalo e Saulo.

'Não é coisa de maluco'

Claudia Leitte revela que viveu um momento difícil para a sua saúde mental, agravado no decorrer da pandemia da covid-19. A cantora conta que demorou a perceber que precisava de ajuda profissional para lidar com o que estava sentindo. "Eu amo muito o que eu faço, fico pulando no palco e a endorfina camufla algumas coisas", reflete.

Foi um desespero. Eu esperei um momento difícil e poderia ter ido antes resolver essa parada.

Ela rebate os preconceitos a respeito do tema. "Não é coisa de maluco. Todo mundo precisa de saúde mental. Procurar sempre o apoio de um médico, o apoio de um amigo, de uma pessoa da família, que lhe fale a verdade. Se cercar de gente boa".

A interrupção dos shows provocada pela pandemia foi algo que afetou muito a cantora. "Eu senti muita falta de fazer o que eu faço", afirma Claudia Leitte

Tensão pré-Carnaval

Apesar de se dizer "filha do Carnaval", Claudia Leitte não esconde o nervosismo para a festa deste ano, após o hiato provocado pela pandemia. Segundo ela, o longo período longe do público foi muito difícil, já que sua inspiração vem justamente dos fãs. Uma proximidade que as lives e contatos digitais não conseguiram suprir.

"Eu precisava desse olho no olho. Porque minha inspiração vem do meu fã, vem da troca, vem do sorriso que eu promovo. É meu propósito de vida. É importante demais. Eu componho porque vejo gente, eu canto porque abraço gente, porque sou abraçada quando estou nesse processo de fazer show. Aí me lasquei na pandemia, mas voltei!".

Família e rede de apoio

Casada com o empresário Marcio Pedreira e mãe de três filhos, Claudia diz que hoje é mais difícil seus arranjos para ficar perto da família em meio à agenda lotada. "Antes eu levava o Davi e o Rafa, montava minha tendinha, a gente sempre se adaptou, mas agora tem escola e mais uma bebezinha", conta ela, se referindo a pequena Bela, 3 anos.

Contando com a ajuda dos pais, a cantora diz que "tem que se cercar de pessoas, valorizar as pessoas, amar as pessoas como se não houvesse amanhã. E nunca ache que isso é clichê, que não está na moda... Esquece essa coisa de soberba e arrogância, o mundo não gira em torno da gente. Pessoas têm valor e são a maior riqueza que temos".

"Minha mãe é famosa"

Claudia Leitte também falou sobre o show que fez na semana passada durante o intervalo de um jogo da NBA, em Orlando, nos Estados Unidos. "Na hora eu só fui, com frio na barriga", recordou ela, que revelou ser muito desajeitada e ter se esforçado na entrada da quadra. "Como pensar no público, eu tinha que andar", brincou.

Mas o mais emocionante da experiência, que fez parte das celebrações da Brazilian Night, foi ver a reação dos filhos, afirmou a cantora. "Eles não sabem nem que eu sou famosa, têm uma realidade muito simples, meus filhos. Então eles estavam em outro planeta", recordou ela imitando Davi, 14, e Rafael, 10, cantando e comemorando o show.