Topo

CarnaUOL

'Fora de moda', avalia Evelyn Bastos sobre celebridades à frente da bateria

Bruno Laurato

Colaboração para UOL, no Rio de Janeiro

08/02/2023 16h00

Em 2023 o Carnaval do Rio aponta um cenário de mudança com relação aos cargos de rainha de bateria. Das doze agremiações do grupo especial, seis delas contam com mulheres da comunidade reinando à frente dos ritmistas.

Assim, o cargo antes dominado por celebridades passa a conquistar o protagonismo das passistas criadas na quadra. Segundo Evelyn Bastos, que há 10 anos reina sob a bateria 'Tem que Respeitar meu Tamborim', da Mangueira, isso acontece porque atualmente, o discurso acerca da presença de mulheres negras da comunidade em locais de evidência no Carnaval está cada vez mais forte.

"Lá no início do meu reinado era uma pauta discutida, mas a gente não tinha ainda a grande massa do samba opinando e trazendo um assunto tão pertinente como prioritário. Hoje a gente tem. Então, essa força do coletivo, faz com que as escolas tragam cada vez mais a suas meninas de origem favelada, de origem suburbana para cargos de tamanha importância", declarou.

Ainda segundo Evelyn, com esse movimento, será cada vez mais comum que as agremiações invistam nas suas passistas para os cargos de destaque. "Acho que a tendência é cada vez mais as escolas de samba valorizaram as meninas oriundas de favela, que são sambistas", avaliou Evelyn, que concluiu: "Era uma vez a era das celebridades nas frentes da bateria, está fora de moda, não passa mais".

Crias da casa

Assim como a Mangueira, com a Evelyn, a Beija-Flor conta com a jovem Lorena Raíssa, a Mocidade Independente de Padre Miguel, com a Giovana Angélica, o Paraíso do Tuiuti com a Mayara Lima, a Portela com Bianca Monteiro e Imperatriz Leopoldinense, com a jovem Maria Mariá.

Maria, inclusive, chega neste ano substituindo a cantora Iza, que reinou em dois carnavais em Ramos. Ao UOL, a estudante de Comunicação Social disse que está orgulhosa em ser uma ?cria? da comunidade e representar as demais ?crias? da Imperatriz Leopoldinense.

"Ocupar esse cargo é de representatividade, principalmente sendo cria da escola. Então, é uma pessoa que é cria, representando os crias. É só amor, respeito e honra, que é o que uma escola de samba precisa ter e tem sempre", analisou.

CarnaUOL