Bloco Suvaco do Cristo desfila no Rio em homenagem às vítimas da pandemia
O tradicional bloco Suvaco do Cristo iniciou seu desfile, neste domingo (12), em uma celebração à vida e em homenagem às vítimas da pandemia da Covid-19, no Jardim Botânico, zona sul do Rio. Entre alguns raios de sol e pingos de chuva, o bloco começou sem incidentes e com reforço no policiamento.
"O país voltou à normalidade. E vamos ouvir 10 batidas do nosso surdo, nesse simbólico minuto de silêncio. O silêncio é o respeito por todos aqueles que foram vítimas da pandemia", disse o João Avelleiro, fundador do bloco, no alto do trio.
Com versos como "a força do povo voltou? (vamos) juntando cacos, refazendo abraços", o bloco reuniu muitas famílias com crianças e moradores que guardam memórias dessas 38 passagens do Suvaco ao longo da história. Como a bióloga Laura Garzon, que veio com os filhos Nina, 5, e Luca, 4.
"Moramos aqui no bairro e vir para o Suvaco tem uma tradição familiar. Retornar ao Carnaval é simbólico pois é o primeiro dos meus filhos tendo a experiência daquilo que vivo desde a minha infância", conta ela ao UOL.
Entre os muitos foliões fantasiados, um "Tom Cruise" era parado minuto sim, minuto também para muitos pedidos de selfies.
"É muito bom ver essa alegria de volta depois de três anos. Já imaginava esse sucesso [da fantasia], porque nem todos os blocos as pessoas estão saindo de fantasia. E isso é nossa cultura, diversão e alegria da rua", explica o militar Jacques Cramer.
Muitas famílias com crianças levaram seus filhos para pular no tradicional desfile que segue até a Gávea.
O engenheiro Pedro Ribas levou o filho, também Pedro, de 9 anos, e ambos estavam vestidos de policiais.
"Carnaval é vida. Fomos criados na alegria e é muito importante as crianças terem esse contato com a música, com a bateria", disse ele ao UOL.
Já são 38 anos de história do bloco Suvaco de Cristo que desde sua fundação desfila com uma ala das baianas, todas do Morro Santa Marta, de Botafogo. Tia Marta, de 65 anos, conta da felicidade de voltar a desfilar pelo bloco.
"É grandioso estar na pista de novo, "rodar a baiana". O bloco nos abraça desde o começo lá nos anos 80. E estamos aqui até hoje", disse ela ao UOL.
Tendo como porta-bandeira a nutricionista Cynthia Howlett e uma bateria com mais de 100 ritmistas, o início do desfile foi de celebração à vida e memória às vítimas da pandemia da Covid-19. Com um minuto de silêncio em homenagem às pessoas que faleceram nos últimos três anos.
Como tem feito nos megablocos, que desfilam no Centro do Rio, a Secretaria de Estado de Polícia Militar montou um esquema especial com pontos de revista dos foliões nas vias de acesso à Rua Jardim Botânico até o final, na Praça Santos Dumont, na Gávea.
Na reta final de esquenta para o Carnaval, a capital fluminense tem mais de 80 blocos programados para esse final de semana. O centro e a Tijuca são as regiões que lideram em número de blocos —são 14 e 11 blocos, respectivamente, a se apresentarem nos dois dias.
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