Erika Januza opta por fantasia mais leve e enumera cicatrizes de Carnaval
Erika Januza, 37, estreou como rainha de bateria da Unidos do Viradouro em 2022 com tamanha maestria que, este ano, foi convidada a desfilar na mesma posição. "Ser rainha era um sonho, mas como cada estreia é única, tenho a certeza de que vou chorar este ano igual ao ano passado. Chorei até nos ensaios", disse ela ao UOL.
A escola será a última a desfilar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, no fim da madrugada de terça-feira (21). Como rainha, Januza carrega a responsabilidade de ajudar a construir a harmonia do desfile.
Para isso, ela afirma que é necessária uma atenção extra aos posicionamentos e movimentos, coisas que só aprendeu com dicas do mestre de bateria Ciça —cujo apelido, "Caveira", serviu de inspiração para a fantasia que ela usou em homenagem a ele no último ensaio de rua da escola.
Para Erika, é essencial estreitar os laços com a escola para servir uma boa apresentação no dia do desfile. "É muito importante conviver e estar presente no dia a dia da escola. Sempre gostei de conhecer os bastidores e acho que isso faz a diferença. Não adianta só pegar a fantasia no dia, sem entender a história e a temática por trás dela", diz.
Fantasia mais leve
Esse ano, Erika prezou por uma roupa "bem mais leve", como definiu, para entregar um desfile ainda melhor do que o do ano anterior. "Ano passado, minha roupa era bem pesada e eu ficava mais preocupada em não cair. Tinha muito medo [disso acontecer], porque estava muito pesada", explica.
A questão das roupas não é novidade para ela, que já cansou de sair com machucados de ensaios de rua. "Meu corpo está cheio de marcas que as roupas deixam. A cada Carnaval vou adquirindo uma cicatriz nova, porque essas roupas com metais não são lá muito confortáveis", diz.
Mas esses e outros "perrengues" que ela já viveu —como desfilar o sambódromo todo sem um dos saltos da sandália— fortaleceram e ensinaram a atriz. Hoje em dia, ela não sai sem uma roupa e sandália extras, além de kit de primeiros socorros.
Para aguentar a maratona de desfile, ela também mantém uma rotina de treinos, procura se alimentar bem e cuidar da mente.
"É um período em que fico muito cansada, especialmente por ser muito ansiosa. A ansiedade me leva a dormir pouco e mal, então o nosso lado mental tem que estar bem trabalhado. Esse ano, nem sei se conseguirei dormir no dia anterior", conta. "Também tento malhar todos os dias para ter fôlego e conseguir atravessar bem toda a Sapucaí. Mas sempre dá certo, porque estou fazendo uma coisa que amo e é muito difícil alguma coisa me abalar".
Carnavalesca desde pequena
Erika diz que, mesmo não tendo uma família que segue a tradição carnavalesca, desde criança sente um grande amor por essa época do ano
"Minha mãe me deixava ver os desfiles das escolas até tarde, porque era algo que eu sempre pedia muito; já tinha um fascínio muito grande naquela época. Quando passavam as vinhetas da Globeleza, eu saía correndo para assistir na sala", lembra.
Inclusive, ela diz que a escolha de sua profissão como atriz tem a ver com sua vontade de criar e se fantasiar no Carnaval. "Tento ser uma rainha que leva um pouco da sua profissão para a Sapucaí. Entrar nesse mundo lúdico, de imaginação, seja como atriz ou no Carnaval, é algo muito leve e bom para mim".
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