'Chupa que hidrata': dona do 'picalé' sensação do Carnaval muda de vida
Uma cozinheira que ganhou fama no Carnaval de 2020 por vender sorvetes em formato de pênis não estará presente na festa de 2023, três anos após virar "sensação". E por um bom motivo.
Tayná Maísa deixou seus "picalés" em segundo plano para se concentrar no próprio restaurante, no Recife. Um sonho que, segundo ela, foi impulsionado pelos doces eróticos.
Os picalés eram vendidos por R$ 5 nas ladeiras de Olinda, com o slogan "chupa que hidrata". O sorvete com sabores variados, incluindo cachaça, foi resultado de um curso de confeitaria feito pela jovem meses antes do Carnaval de 2020.
Com a ajuda de amigos, ela chegou à ideia bem-humorada e afirma que a iniciativa a ensinou o caminho para alcançar seu verdadeiro objetivo: o restaurante.
Ela conta que passou por uma grande crise logo após o "estouro", já que a covid-19 chegou ao Brasil pouco após o feriado.
Neste ano, após um tempo fazendo comida para buffets, ela passou a se dedicar ao restaurante Dùn Ajeun, especializado em culinária afro-diaspórica.
Comecei a ressignificar minha história. Sempre foi meu sonho trabalhar com culinária, eu passei três anos estudando para abrir o meu restaurante
O restaurante de Tayná fica próximo ao mercado da Boa Vista, na região central do Recife. A culinária afro-diaspórica utiliza ingredientes de origem africana "para fazer novos pratos e desmistificar estigmas históricos e racistas", explica.
Ela diz que se encontrou neste novo projeto. Hoje, Tayná tem uma equipe composta inclusive por vários membros da própria família, que a acompanham desde o início de suas aventuras culinárias.
Tayná até tentou se planejar para vender os "picalés" nas comemorações de rua deste ano, mas acabou não conseguindo encaixar o projeto em sua agenda do dia a dia.
Novos doces
Antes disso, em 2021, ela conta que pegou muitas encomendas, após o sucesso dos picalés — para comemorações já bem longe dos blocos. Ampliou o cardápio com doces, cupcakes, trufas gigantes e bolos eróticos, em formas personalizadas.
Ela ainda faz encomendas de doces. "Hoje em dia o meu público é 70% feito de mulheres, muitas que estão fazendo despedida de solteiro. Também tenho muitos clientes LGBTQIA+, que pedem os doces até para festas de casamento."
Apesar da variedade, o mais popular entre os doces eróticos continua sendo o picalé.
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