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Campeãs: Mocidade, Vai-Vai e Camisa esbanjam tradição no Anhembi

Aline Oliveira é rainha de bateria da Mocidade Alegre, 1ª colocada do Carnaval de São Paulo, no Desfile das Campeãs - Mariana Pekin/UOL
Aline Oliveira é rainha de bateria da Mocidade Alegre, 1ª colocada do Carnaval de São Paulo, no Desfile das Campeãs Imagem: Mariana Pekin/UOL

Flávio Ismerim

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/02/2023 05h23

O desfile das campeãs de São Paulo reuniu 42 títulos, sendo 35 distribuídos entre a Mocidade Alegre, Vai-Vai e Camisa Verde e Branco. Hoje, a tradição desfilou no Anhembi e fez a diferença.

A Mocidade Alegre, conhecida como a Morada do Samba, foi a última escola a cruzar o sambódromo paulistano e emocionou sua comunidade ao comemorar a superação de um jejum de 9 anos sem títulos.

A escola do bairro do Limão, na zona norte de São Paulo, foi campeã com nota máxima cantando "Yasuke", o primeiro samurai negro. Seu samba-enredo defendia que "todo preto pode ser o que quiser", inclusive samurai.

A presidente da escola, Solange Cruz, munida de terços, guias e ramos de arruda nas mãos, agradeceu à comunidade pela vitória e anunciou a renovação do contrato do intérprete Igor Sorriso e do carnavalesco Jorge Silveira para o Carnaval de 2024.

"Obrigado, comunidade. Hoje é dia de diversão", declarou Solange que completa 20 anos à frente da Mocidade Alegre.

Tem mais novidades por aí, mas na semana a gente conta. Gratidão, família Mocidade Alegre, eu não tenho nem muita coisa a dizer, somente muito obrigada a cada um de vocês.
Solange Cruz, presidente da Mocidade Alegre

Tradicionais renasceram

Quem também tinha muito para comemorar foi o Vai-Vai. A escola do Bixiga foi campeã do Grupo de Acesso 1 com nota máxima e garantiu o retorno ao Grupo Especial.

Já na concentração, toda a comunidade da Saracura celebrava o belíssimo desfile feito pela agremiação. Assim como no domingo de Carnaval, o Vai-Vai levantou as arquibancadas do Anhembi cantando a imortalidade e o seu renascimento.

2024 marcará a volta de outra escola tradicional ao Grupo Especial, o Camisa Verde e Branco. Dono de nove títulos do Carnaval, o Trevo da Barra Funda quebrou o protocolo e mudou o roteiro apresentado no desfile oficial. Antes mesmo da comissão de frente, dois integrantes da Velha Guarda vieram trazendo o troféu do vice-campeonato.

África e Nordeste na pista

Dragões da Real, Império de Casa Verde e Mancha Verde completaram o pódio das escolas vindas do Grupo Especial. O presidente da vice-campeã Mancha Verde, Paulo Serdan, anunciou que todo o elenco da escola estava confirmado para o Carnaval de 2024. O mandatário também pediu que Mestre Guma Sena, comandante da bateria Pura Balanço, tomasse cuidado ao fazer bossas no primeiro setor e deu a entender que o som do Camarote Bar Brahma estava vazando para a pista.

"O Brahma, mais uma vez, não está respeitando nada", reclamou Serdan.

Hoje é dia de a gente curtir, tirar uma onda, brincar bastante. 2024 está aí, nosso time continua o mesmo, sem alteração nenhuma. Aos fofoqueiros de plantão que começarem a falar em dança das cadeiras, aqui não dança ninguém. Vamos em 2024 buscar o que a gente perdeu esse ano. E quem perdeu fomos nós, ninguém tirou da gente!
Paulo Serdan, presidente da Mancha Verde

Abrindo a festa

As duas primeiras escolas a pisarem na pista do Anhembi foram a Torcida Jovem e a Dom Bosco de Itaquera, campeã e vice-campeã do Grupo de Acesso 2.

Apesar de trazerem um contingente baixo e desfilarem para um público ainda insipiente, as escolas da zona leste da capital paulista deram seu show. A Dom Bosco, oriunda do projeto social do Padre Rosalvino, cantou a trajetória do maestro Villa-Lobos. Já a Torcida Jovem trouxe uma homenagem à sua padroeira Iemanjá.

Desfile das Campeãs no Carnaval 2023: escolas desfilam em São Paulo

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