Sempre tem quem ligue preta sambando à prostituição, diz rainha da Portela

A azul e branca de Madureira, zona norte do Rio de Janeiro, levará para a avenida o enredo "Um Defeito de Cor", baseado no romance da escritora Ana Maria Gonçalves, que fala de todas as violências trazidas pela escravidão.

Para a rainha da Portela, Bianca Monteiro, "é uma história que a gente não aprendeu na escola e está tendo essa oportunidade de aprender com a agremiação". "Não é fácil ser uma mulher preta e periférica, mas acredito que a gente se posiciona com o samba, para fazer com que as pessoas olhem para o preconceito delas.

Bianca diz não acreditar no fim do racismo, mas crê na possibilidade de que o conhecimento vai tirando as pessoas da ignorância, ainda que para ela falar sobre o assunto seja difícil. E se emociona ao pensar o que a bisavó passou para estar hoje no posto que ocupa.

"A maioria acredita que não é racista, mas tem sempre um que questiona se a preta sambando não seria prostituta", lamenta.

Bianca está à frente da bateria da Portela desde 2017 após anos como passista da escola. Ela conversou com a reportagem durante o minidesfile das escolas de samba do Rio, na madrugada de domingo (3), na zona portuária.

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