Psicóloga agredida por ex-marido faz 'terapia' com a Gaviões: 'Me libertou'

A psicóloga Caroline Carvalho, que irá desfilar pela Gaviões da Fiel, contou, em entrevista ao UOL, que encontrou ajuda na escola de samba após o término de seu casamento de 15 anos. Ela disse ter sido agredida pelo ex-marido, em um relacionamento abusivo, e que a superação do período difícil veio depois que pisou na quadra da Gaviões pela primeira vez.

O que aconteceu

Caroline, de 41 anos, vive na cidade de Itatiba (SP), localizada a cerca de 100 km de distância da capital paulista. Ela trabalha como psicóloga esportiva.

Ela disse ter sido agredida pelo então marido e que vivia um relacionamento abusivo —ou seja, relacionamentos regados a humilhações, maus-tratos emocionais e financeiros.. Denunciou à polícia. Os dois estavam juntos há 15 anos e têm um filho de 10.

Após a separação, Caroline encontrou dificuldades para tocar a vida. Torcedora do Corinthians, foi aí que decidiu simplesmente pegar o carro e partir para São Paulo e conhecer a quadra da Gaviões da Fiel.

Eu me separei e precisava viver, porque continuava presa na minha história. Foi aí que decidi conhecer a quadra da Gaviões. Peguei o carro e vim. A primeira vez que saí sozinha. Quando pisei na quadra da Gaviões, eu falei 'é aqui'. Caroline Carvalho sobre o relacionamento abusivo que vivia

A psicóloga foi acolhida por um dos diretores da Gaviões, que a incentivou a vir em outros ensaios da escola.

Caroline ouviu a sugestão: veio outras vezes e não parou mais. É o terceiro ano no qual participa do desfile da Gaviões, dentro do departamento Cênico.

A cada semana, ela faz o percurso de 100 km de carro (ou 1h15min de viagem) em um bate-volta só para participar dos ensaios. "É, é [a viagem pode ser cansativa], mas olha o meu humor...", afirma ela, rindo.

Sim [a Gaviões foi uma espécie de terapia], me ajudou na separação. Vivia um relacionamento abusivo. O meu marido me judiou muito. Mas depois que eu conheci a Gaviões, eu finalmente consegui me libertar disso. Caroline Carvalho ao relatar a influência que a Gaviões teve na sua vida

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Passado o período de turbulência, a psicóloga não só defende o seu amor maior para a Gaviões, como também levanta a bandeira em defesa das mulheres e da Lei Maria da Penha. "Hoje, eu levanto bandeira para as mulheres. Eu acho que tem que ser uma pela outra, sempre."

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