Thelma no samba, Marisa Orth na palminha: o esquenta do Baixo Augusta
Gilvan Marques
Colaboração para o UOL, em São Paulo
28/01/2024 22h30
A médica Thelma Assis, mais conhecida como Thelminha, ex-participante do BBB 20, caiu no samba durante ensaio realizado pelo Acadêmicos do Baixo Augusta, neste sábado (28), em São Paulo. A atriz e comediante Marisa Orth, mais contida, também participou do evento. Milhares de foliões lotaram o local. O ensaio é o terceiro e último do bloco antes de desfile oficial.
O que aconteceu
O Baixo Augusta —um dos blocos mais tradicionais de São Paulo— realizou o seu ensaio no Galpão Cultural do MST (Movimento dos Sem Terra), em Campos Elíseos, região central da capital paulista.
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O movimento foi tranquilo durante toda a tarde, do lado de dentro, sem confusão ou desorganização.
A ex-BBB Thelminha — que foi nomeada a "diva" do bloco — subiu ao palco e entusiasmou o público ao cair no samba e mostrar o seu gingado.
É gostoso [ouvir o público gritar o seu nome]. Mais gostoso ainda é saber que eu sempre fiz parte disso aqui. Antes do BBB, de fama, eu já ia para a rua curtir o Carnaval, para curtir os desfiles do Baixo Augusta. Frequento o bloco desde 2017. É impressionante como a vida deu uma reviravolta, de forma positiva. E esse pilar da minha vida, que é o Carnaval que eu tanto amo, foi impulsionado mais ainda. Então é muito legal chegar para somar na história do bloco.
Thelma Assis, a Thelminha, em entrevista ao UOL
Na sequência, quem deu as caras foi Marisa Orth, a primeira madrinha do bloco, que não deixou de se divertir ao som da bateria do bloco. Eu vi nascer o Acadêmicos do Baixo Augusta. "Fui chamada para ser a [primeira] madrinha. São 15 anos de bloco, uma data festiva. Agrada ser recebida pelo público com esse carinho", disse a atriz.
Com ou sem fantasias, milhares de pessoas lotaram o ensaio do Baixo Augusta. Foi o caso de Edgard Nunes, 30, que trabalha na área de enfermagem, que optou por ir vestido de diabo. "Sou apaixonado pelo Carnaval, e acho o Baixo Augusta muito conceitual. Me identifiquei, porque é bastante diversificado, em gênero e classe social."
Para a cearense Cymara Calado, maquiadora de 29 anos, o bloco foi uma surpresa. "É a segunda vez que eu venho. Achei maravilhoso. Deu 'match': a música, o público, tudo. Achei que o Carnaval de São Paulo fosse um pouco mais caidinho, mas não. Está entregando tudo. E olha que é difícil superar expectativas de um nordestino", afirmou ela, entusiasmada.
Críticas à prefeitura: 'Parece uma matinê'
O gestor cultural Alê Youssef, fundador do bloco, fez discurso com fortes críticas à prefeitura de São Paulo por exigência do término de alguns desfiles às 18h. Ele também reclama sobre o repasse de pagamentos aos grupos — que serão feitos, segundo Youssef, apenas daqui a três ou quatro meses.
Mais uma vez estamos questionando o horário imposto pela prefeitura, para o término dos desfiles dos blocos, às 18h. Não só o Baixo Augusta, como todos os blocos da cidade acham muito cedo. Parece uma matinê. Isso é muito ruim para a lógica da espontaneidade do Carnaval. É necessário ter uma previsibilidade também para desfiles noturnos. A gente se preocupa muito com esse tipo de restrição. Consideramos um retrocesso
Alê Youssef
"Outro ponto ruim é que o edital de fomento a blocos... na semana passada ainda estava aberto, o que significa que o prêmio para quem for selecionado vai ser pago daqui a três ou quatro meses depois. Mas os blocos precisam de dinheiro agora para contratar os seus trios, os seus equipamentos de som, sua infraestrutura", completou.