Bloco faz releituras do AC/DC e Guns N' Roses em ritmo de samba no Rio
Carnaval também é época de Rock´n Roll, bebê! É com este pensamento que há nove anos existe o Bloco do Rock, que reúne o melhor de dois mundos em um único lugar.
O que aconteceu
A proposta é unir o peso e a força do gênero musical que nomeia a agremiação carnavalesca com a malemolência e a alegria típicas do samba, mas também da festa do Momo. Dessa forma, canções clássicas do rock nacional e internacional, como 'Admirável chip novo', da Pitty, 'Highway To Hell', do AC/DC, e 'Sweet Child O' Mine', do Guns N' Roses, ganham toda uma nova roupagem ao serem tocadas por guitarras e baixos acompanhados de chocalhos, tamborins e surdos.
O desfile deste ano do bloco aconteceu na noite deste sábado (03) e contou com a presença de centenas de pessoas, que se aglomeraram na Praça Tiradentes, no Centro do Rio, para curtir a apresentação. O técnico de informática Eduardo Silveira, de 47 anos, foi um desses presentes. Ele é frequentador assíduo do Bloco do Rock há pelo menos quatro anos, porém a edição de 2024 teve um gosto especial para ele. O motivo é que a data coincidiu com o aniversário da esposa, a secretária Leila Tucci, de 45 anos, e os dois decidiram comemorar justamente no bloco.
"Curto bastante essa mistura de ritmos, por isso faço questão de vir sempre. Penso que a gente tem que curtir a nossa vida ao invés de se limitar. Então, acho maravilhoso esse casamento entre rock e samba. Queria que fosse muito maior, que todo mundo pudesse vir conhecer. Quanto à fantasia, apostei em um pouco de Corvo, um pouco Finch... A maquiagem foi até rápida, demorou só uns 15, 20 minutos. Isso porque tive a ajuda da minha esposa (risos). Aliás, hoje é aniversário dela", declarou Eduardo.
"Escolhi o Bloco do Rock pra comemorar o meu aniversário porque eu adoro Carnaval. É uma época que a gente tem que se divertir, deixar os problemas de lado, vestir a fantasia, colocar o bloco na rua e ir atrás dos nossos sonhos. Carnaval é alegria, é animação, é felicidade. E como adoro rock, esse bloco é a mistura perfeita, pois trouxe para minha vida algo que não sabia que precisava até ter. O conjunto de bateria, pandeiro, chocalho e guitarra é tudo que eu gosto", relatou a aniversariante.
Mas se engana quem pensa que o Bloco do Rock é só para aquelas pessoas mais apaixonados pelo gênero. O gerente Leonardo Chagas, de 36 anos, veio acompanhando amigos e familiares. Mesmo sem se considerar um roqueiro, ele garantiu ter curtido bastante a experiência.
"Gostei muito da proposta do bloco. É algo muito maneiro e bem diferente do que eu estou acostumado. Isso só prova que Carnaval também tem espaço para o rock, para mistura dos ritmos. Apesar de não ser roqueiro, eu sou bem eclético, então curti bastante", afirmou Leonardo.
Outro novato quando o assunto se trata do Bloco do Rock é o dublador Tarcísio Cureza, de 35 anos. Diferente de Leonardo, ele não só se considera roqueiro, como também é vocalista de uma banda cover do Mamonas Assassinas. Até por isso, decidiu fazer uma homenagem com sua fantasia e apostou no clássico figurino de Robin, diversas vezes usado por Dinho, líder dos Mamonas, em shows e apresentações.
"Sempre fui fã do Dinho, então nada mais justo que a roupa de Robin para um bloco que tem o rock como tema. É minha primeira vez aqui e posso dizer que a experiência está sendo muito boa. Geralmente eu vou para o bloco dos dubladores, para o Diversão Brasileira, Marcha Nerd, entre outros meio doidos (risos). Um amigo meu, que é diretor de dublagem também, o Último de Carvalho, que dirigiu 'A Casa do Dragão', é quem conhecia o Bloco do Rock e resolveu me chamar. E achei maravilhoso o clima, a galera, a mistura de ritmos... Sou um cara que me amarro em samba e que gosta para caceta de rock desde a adolescência. Então, duas coisas que amo juntas não tinha como não curti. Deu liga", contou Tarcísio.
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