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Pessoas com deficiência defendem direito à folia: 'O Carnaval é de todos'

Bloco Abraces desfila pela orla da Praia de Copacabana Imagem: Diogo Sampaio/UOL

Diogo Sampaio

Colaboração para Splash, no Rio de Janeiro

04/02/2024 17h16

A defesa pelo direito das pessoas com deficiências, as chamadas PCDs, foi o mote do desfile do bloco Foliões da Abrace pelas ruas de Copacabana, no Rio, na tarde deste domingo (4).

O que aconteceu

O bloco desfila desde 2018. É formado por pessoas com deficiência e seus familiares. Os desfiles são promovidos pela Associação Brasileira de Reabilitação e Assistência aos Cegos e Surdos (Abraces).

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A aposentada Ana Paula Carvalho, de 46 anos, frequenta o bloco Foliões da Abraces desde o primeiro desfile da entidade. Cadeirante há oito anos, após sofrer um acidente doméstico em que fraturou o fêmur, ela encontrou no Foliões do Abraces uma oportunidade de unir a luta por direitos e melhores condições para as pessoas com deficiência com o lazer e a diversão.

Ana Paula Carvalho, cadeirante, frequenta o Bloco do Abraces Imagem: Diogo Sampaio/UOL

O Foliões da Abraces é um momento de alegria para todos nós que, muitas das vezes, não podemos sair, não podemos ter um momento de lazer. Então, ter um bloco que levanta as nossas bandeiras é de uma importância muito grande, pois nos permite ir para as ruas e buscar visibilidade para as nossas causas. Ana Paula Carvalho

A vereadora Luciana Novaes (PT), primeira tetraplégica a atuar na Câmara do Rio, é madrinha do bloco. A parlamentar perdeu os movimentos no ano de 2003, depois de ser baleada no pátio da Universidade Estácio de Sá, na unidade do Rio Comprido. A partir deste episódio, ela se tornou um dos nomes mais atuantes nas causas dos PCDs.

A importância de um bloco como esse é mostrar para todos que o lugar da pessoa com deficiência é aonde ela quiser estar. Nós precisamos de diversão também e o Carnaval é uma festa genuinamente inclusiva. Com isso, queremos mostrar para todos da comunidade que todo mundo é igual, mesmo que tenha as suas particularidades. Luciana Novaes, cadeirante

O desfile seguiu pela orla da Praia de Copacabana e ganhou os aplausos de turistas e banhistas que passavam por lá.

Além dos próprios PCDs, pessoas que são simpatizantes da causa também marcaram presença no desfile do bloco. É o caso da professora e escritora Márcia Ribeiro Joviano, de 50 anos. Atuante em diferentes lutas, ela participa de diversos projetos sociais como o Samba Literário, o Meriti Solidário e do Fórum das Pessoas com Deficiência do município de Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

O Carnaval é cultura e história. O Foliões da Abraces está desempenhando esse papel, que é informar e conscientizar a população do potencial das pessoas com deficiência. Todo mundo só quer ser feliz e ter oportunidade. E aqui é todo mundo junto e misturado, querendo um único objetivo: ser feliz. E precisamos fazer isso no coletivo, no amor. Aqui é isso, o Carnaval é de todos Márcia Ribeiro Joviano

Luciana Novaes junto com o pessoal do Foliões do Abraces Imagem: Diogo Sampaio/UOL

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