Datafolha: 99% dizem poder ser quem realmente são em escolas de samba de SP

Pesquisa feita pelo Instituto Datafolha e pela Amstel —patrocinadora do Carnaval de SP no sambódromo— no período entre 11 e 21 de janeiro apontou que 99% dos entrevistados entendem que podem ser quem realmente são nas escolas que desfilam ou trabalham. Abaixo, destacamos alguns resultados.

O que aconteceu

A pesquisa foi realizada com 1.752 pessoas que trabalham e/ou desfilam nas escolas do Grupo Especial de São Paulo, com idade superior a 25 anos.

Entre os entrevistados, 15% fazem parte do público LGBTQIAP+, sendo 10% homossexual, 4% bissexual e 1% pansexual.

Sobre Diversidade e Acolhimento, 99% entendem que podem ser quem realmente são nas escolas de samba que desfilam e/ou trabalham.

O objetivo da pesquisa foi fazer um retrato de quem faz o Carnaval na cidade de São Paulo. O trabalho reuniu dados qualitativos e quantitativos que oferecem um panorama único sobre esse público.

O estudo mostrou também que no universo das escolas de samba do Carnaval paulistano 54% são negros (30% preto, 24% pardo), enquanto 44% brancos.

O orgulho da escola de samba apareceu como motivo para que 45% se dediquem a ela praticamente todos os dias da semana.

A valorização da cultura brasileira aparece para 18% como fator motivador para contribuírem com as agremiacões.

A reportagem do Splash conversou com alguns foliões para saber se a sensação era a mesma revelada pela pesquisa. Entre os entrevistados, o acolhimento vai além de São Paulo e do público GLBTQIAP+.

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Eu me sinto totalmente livre para desfilar pela escola que estou hoje. Jamais sofri nenhum tipo de preconceito por ser gay. É um ambiente bem acolhedor com vários tipos de pessoas, sejam elas, negras, brancas, gays, lésbicas. No samba, no Carnaval, posso me mostrar como eu quero, sem ser julgado pela sociedade. Wesley Cayres, 35 anos, Acadêmicos do Tatuapé

O samba e o Carnaval nos trazem essa sensação de liberdade. O Carnaval é uma festa popular, que abrange a todos. E é assim que tem que ser. As pessoas [assim como eu] se sentem livres e se libertam neste momento, justamente por saberem que é uma festa feita pelo povo e para o povo. Ela não dita regras nem perfis, independentemente do seu corpo. Marie Leal, atriz e modelo plus size, harmonia na Acadêmicos do Tucuruvi

Eu me sinto à vontade e jamais reprimida ao desfilar, porque, primeiro, eu sou uma mulher empoderada, com autoestima elevada. Não tenho vergonha de ter nanismo. E a escola de samba me liberta, me faz ser uma rainha, uma musa, uma passista. Eu coloco aquela roupa, passo uma bela maquiagem e vou sambar. O samba traz a liberdade de ser quem eu sou: uma vovó de 44 anos, mas gostosérrima. Viviane de Assis, 44, desfila na Viradouro há 16 anos

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