Topo

Camisa Verde e Branco desfilará no Grupo Especial após 12 anos: 'Dolorido'

Casal de mestre-sala e porta-bandeira da Camisa Verde e Branco no Desfile das Campeãs do Carnaval de São Paulo Imagem: Mariana Pekin/UOL

Colaboração para Splash, em São Paulo

09/02/2024 15h00

A Camisa Verde e Branco voltará a marcar presença em grande estilo nos desfiles do Grupo Especial após 12 anos lutando pelo acesso à elite, com direito a Adriano Imperador em um dos carros e uma coroa de R$ 500 mil usada pela ex-BBB Gyselle Soares.

Splash conversou com o carnavalesco da escola, Renan Ribeiro, e Cristina Marcondes, que está há mais de 50 anos na agremiação e coordena a ala Oba-Oba há 47 anos, sobre esse período turbulento.

O que eles disseram

Na escola há três anos, Renan conta que foram carnavais "difíceis". "O Carnaval de 2023, que foi o Carnaval que a gente teve acesso ao Grupo Especial, foi muito complexo por questões financeiras e estruturais, mas a escola conseguiu se organizar e entender o projeto, então a gente conseguiu retornar a escola depois de 11 anos para o Grupo Especial".

Já Cristina tira o período fora do Grupo Especial como um momento de aprendizado e reflexão para os foliões. "Essa temporada no Acesso não é ruim, mas foi uma experiência. Essa volta para nós está sendo muito importante. O Camisa voltou. É muita emoção. É minha vida, minha família. Por ano, são mais de 50 amigos que a gente conhece, faz amizade e se conversa. Estar na avenida é tudo novo, nada é antigo".

Apesar da "experiência", ela também não se exime da tristeza de ter visto a escola ficar de fora da elite do Carnaval. "[Foi] Dolorido. Muito choro e muita dor de saber a riqueza que é o Trevo da Barra Funda, principalmente pelo nosso imortal presidente Tobias, que revolucionou muita coisa. Todos os nossos sambas sempre eram a frente das histórias. Não existia metrô? Falamos do metrô. Fomos criticados por mexer com política [...] O Camisa é uma escola que revolucionou, e é uma escola que fez muitos compositores, muitos mestres de bateria saíram da nossa entidade. É muita história".

Renan detalhou como foi o planejamento da escola logo após a subida à elite do Carnaval paulistano e disse que a carga de trabalho em janeiro estava "absurda". "Em abril, foi escolhido o enredo. A partir de maio, começou o projeto de visual, os desenhos e afins. A partir de julho, começamos a fazer os protótipos, as primeiras peças das alas. Em agosto, começamos o barracão [...] A carga horária de trabalho é absurda, de 15 a 16h por dia de trabalho. A escola está muito imbuída do sentimento de luta, valentia e aguerrida para retornar e manter a escola no Grupo Especial".

Cristina conta que os trabalhos dos foliões começaram quando a Quaresma terminou. "A partir disso, só trabalho, trabalho e trabalho. É uma união entre harmonia, coordenador de ala e diretoria. O trabalho triplicou e a cobrança triplicou também, mas faz parte. Daqui a pouco para, a vida volta ao normal, a saudade bate e a gente começa a cobrar de novo".

Para este ano, ela já tem uma meta: "Estando no desfile das Campeãs, [significa] que o Camisa Verde voltou".

Coroa de R$ 500 mil e Adriano Imperador

Renan também explicou como será a participação de Adriano Imperador no desfile. "Adriano vem no último carro. Nosso enredo trata sobre dinastias africanas, sobre essa memória genética gravada por reis africanos que movem a negritude e os movimentos negros da periferia até hoje. Adriano é um exemplo disso. Movido por essa memória genética gravada por grandes reis e imperadores da história. O spoiler que posso dar é: Adriano vem encerrando nosso desfile, em uma alegoria que a gente mesclou a Vila Cruzeiro, o Coliseu romano e um campo de futebol, onde vai acontecer uma partida de futebol".

O lugar dele no carro está reservado, assim como o dos convidados dele. Ele está muito integrado à escola, a gente tem contato com ele direto e ele ficou muito feliz e surpreso com a forma com que abordamos a história dele. Essa foi a diferença para tocar ele em um lugar que não fosse um lugar comum.
Renan Ribeiro, sobre a presença de Adriano no desfile

Vice-campeã do BBB 8 e finalista do A Grande Conquista 2023, Gyselle Soares revelou à Splash que usará uma coroa de R$ 500 mil no desfile. Ela será Imperatriz da escola.

Gyselle disse que é "emocionante" ter de usar a peça. "Vou ter uma coroa, que vai ser de diamante, esmeralda e foliada a ouro. É super emocionante estar com uma coroa assim na minha cabeça".

Vai ter seguranças. Vai ficar para história do Carnaval do Brasil. Vou ficar para história do Carnaval brasileiro.
Gyselle Soares, Imperatriz da Camisa Verde e Branco

Claudia Kechichian, que produziu a coroa de Gyselle e do ex-jogador Adriano Imperador - que também estará no desfile - contou como foi o processo. "A coroa está incrível. Está linda. A gente usou pedras preciosas, ouro, prata e os símbolos dos orixás que tem no samba de enredo da escola. A gente tentou construir uma coroa condizente com o samba de enredo"

Perguntada sobre a quantidade de pedras preciosas, ela se esquivou e respondeu "algumas". "Não quero tirar a sensação do primeiro impacto da avenida. Foram algumas. Está lindíssima".

Além da coroa, Gyselle brincou que a ansiedade pelo desfile é "muito maravilhosa". "Gosto desse frio na barriga, dos desafios e sempre sonhei em desfilar no Carnaval de São Paulo, vindo pela Camisa Verde e Branco que é minha escola de coração. É só felicidade".

Abrindo alas para o carro de Adriano Imperador, ela sabe que terá responsabilidade. "Tenho uma responsabilidade muito grande, porque vou estar no chão, abrindo ala dele. Para a gente, é muito lindo"

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Camisa Verde e Branco desfilará no Grupo Especial após 12 anos: 'Dolorido' - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

CarnaUOL