Vai-Vai levará o hip hop na volta ao Grupo Especial: 'Temos de errar menos'

Assumimos a escola falida financeiramente e, infelizmente, têm as brigas [...] O nosso objetivo é resgatar esse pavilhão e deixar onde nunca deveria ter saído. É um desrespeito em prol de uma escola que está caminhando para o centenário, as pessoas ficaram com intriga besta ao invés de vir e somar. Qualquer um que queira somar com o pavilhão, nós estamos de portas abertas.
Clarício Gonçalves, ao falar da matéria da Folha e a reação de patrocinadores

Clarício vê a comunidade como responsável pelo "resgate" da escola. "As pessoas não têm que gostar de mim como representante, mas tem que respeitar o pavilhão. Quem está resgatando o Grêmio Recreativo Cultural e Social Escola de Samba Vai-Vai é toda a comunidade. Termina o Carnaval, nós colocamos para parcelar todas as fantasias e eles começam a pagar. Isso está fazendo com que a escola de samba Vai-Vai começe a andar com as suas próprias pernas".

O presidente da agremiação acredita estar no caminho certo para se manter no Grupo Especial, podendo sonhar até com o título. "Sempre insisto para que nós possamos, em cima dos erros do passado, corrigir esse erro para que a gente possa se manter entre as cinco melhores ou até mesmo dar de presente para nossa comunidade um título que estamos esperando, mas sempre tendo a humildade para errar menos e alcançar os nossos objetivos. Esse é o foco da nossa comunidade e acho que estamos indo pelo caminho certo".

A luta da nossa comunidade é para que um corrija o outro na avenida, para que a gente possa errar menos e alcançar nosso objetivo. Esse é o nosso objetivo. Se pudermos dar de presente para o Vai-Vai um título, para nossa comunidade vai ser muito gratificante.
Clarício Gonçalves, sobre um possível título

Para celebrar os 470 anos da cidade de São Paulo, a agremiação trará o hip hop para a avenida, promovendo o encontro de culturas predominantemente pretas e periféricas, pois, segundo a escola, é "chegada a hora de combater o conservadorismo e ninguém melhor do que o Vai-Vai para dar voz a este protesto".

É um sonho. O hip hop foi o único movimento que não foi homenageado por ninguém e era um movimento que estava parado. No Grupo de Acesso, já estava com a ideia de fazer esse enredo, porém acho que não era digno. Nada contra o Acesso, mas a partir do momento que voltamos para o Especial, cheguei para minha diretoria e meu carnavalesco e falei: 'Na Vai-Vai, o dinheiro é importante, mas não é tudo. Analisa esses três enredos: tem dois patrocinados e um não, que é o hip hop'. Nosso carnavalesco abraçou a ideia e fomos felizes em fazer esse enredo em homenagem a uma cultura que estava praticamente esquecida.
Clarício Gonçalves, sobre o hip hop no samba de enredo da escola