'Sofazinho', cochilo e caipirinha: os truques para virar a noite no Anhembi
Sem open bar ou as cadeiras acolchoadas dos camarotes, o público da arquibancada usa a criatividade para aguentar as mais de 7 horas de desfiles no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo. Além dos cochilos entre um desfile e outro, a plateia optou por trazer uma aliada de casa: as almofadas.
A família de Jéssica Knecht, 33, decidiu montar o próprio sofá no concreto para aguardar o desfile da Gaviões da Fiel.
Minhas tias já estão acostumadas e elas sabem como é na arquibancada e trouxeram para ficar mais confortáveis.
Jéssica Knecht
A bancária, no entanto, já tem outra estratégia:
E eu fico bebendo caipirinha [para ajudar a ficar acordada].
Jéssica Knecht
Acompanhada das tias, da mãe e de primos, que já são veteranos de desfiles, Jéssica comemora a sua estreia no Sambódromo.
Moro há muito tempo na Suíça. Meu pai é suíço e a minha mãe é brasileira. Nasci lá, vivi 10 anos no Brasil e a minha mãe sempre teve a iniciativa de mostrar a cultura brasileira para a gente. Mas nunca dava para vir ao Sambódromo. Essa é a minha primeira vez. É uma experiência muito emocionante, muito especial.
Jéssica Knecht
A almofada também virou item essencial para a administradora Luciana Frazili, 54, que estava pela primeira vez no Sambódromo do Anhembi. Vindo de Americana, a mais de 120 km de São Paulo, Luciana sambava ao som da Império de Casa Verde quando explicou a importância do assessório.
Eu não aguento muito tempo em pé. Já até tirei sapato. Essa almofada ajudou bastante. Sento, levanto, sambo e assim fico durante a noite toda.
Ela diz que assistir às escolas de samba eram um "sonho" e que se programou para poder facilitar as longas horas na arquibancada.
Foi uma ideia minha trazer a almofada. Às vezes, eu vou assistir a algum jogo e sempre levo. Acho que deixa mais confortável e dá pra aguentar mais.
Luciana Frazili
Já para a atendente Cleide Ferreira Santana Leite, 51, a energia dos desfiles é o que a mantém acordada até de manhã.
Fiel à Mocidade Alegre, ela frequenta o sambódromo há pelo menos dez anos e muito por influência da tia, que ia nos desfiles quando eles ainda aconteciam na Avenida Tiradentes [o último ocorreu no carnaval de 1990].
Sempre vim na arquibancada e prefiro estar aqui. Inclusive, gosto de ficar próximo do recuo, para ficar do ladinho da bateria. É muito gostoso, a gente sente o calor, a energia. É tudo muito bom, arrepia.
Cleide Ferreira Santana Leite