'Coleto dados': banco de contatinho no bloco garante beijo nas vacas magras

Carnaval não é momento para namorar, é para coletar dados. Pegar os contatinhos e ir conversando. Você namora depois do Carnaval.
Beatriz Duarte

Na terça-feira de Carnaval, ela dizia já ter feito o "trabalho de campo" nos quatro dias de festa.

Beijoqueiros em outros blocos aproveitavam a chance de tirar o atraso, sem compromisso.

"Me sinto na obrigação de beijar todas as bocas possíveis", dizia uma foliã de 19 anos, enquanto curtia um cortejo na Faria Lima, zona oeste de São Paulo. Ela prometia se lembrar das "dezenas" de bocas que pretendia beijar.

Se não há compromisso durante a folia, não quer dizer que, depois que o bloco da pegação passa, o namoro não possa acontecer. Casos de romance entre foliões são reais.

Em São Paulo, um encontro na fila da coxinha entre um bloco e outro virou união estável, como contamos aqui.

Carnaval a dois? Tem, sim senhor

Os solteiros aproveitam o Carnaval, mas casais também não ficam para trás. Para Aline Freitas, 30, o Carnaval também pode ser curtido a dois. Ela vai aos blocos acompanhada do noivo, com quem está desde 2019 em um relacionamento fechado.

A gente planeja as fantasias, compra as coisas, faz tudo junto e vem para o Carnaval. É sempre assim e, para mim, é muito gostoso fazer tudo com ele.
Aline Freitas

A biomédica diz que a folia é uma ótima oportunidade para fazer novos amigos e relaxar.

A gente deixa todo aquele peso que está nos ombros ao longo do ano inteiro E poder sair, curtir, beber, ver gente, conversar com o estranho... A gente acaba fazendo amigo na fila de banheiro, conversa aqui, ali olha uma fantasia legal, comenta a fantasia do outro. É muito bom.

Aline ainda acredita que aproveitar o Carnaval traz mais energia para retomar o trabalho. "Vai dar um outro gás para começar o ano, começar tudo um pouco mais leve. Só depois que o ano realmente começa."