Presidente da Mancha Verde questiona nota de jurado: 'Fiquei em dúvida'
Quinta colocada no Grupo Especial do Carnaval de São Paulo, a Mancha Verde teve uma das notas questionadas pelo presidente da escola, Paulo Serdan.
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O que aconteceu
Serdan não gostou da justificativa de um jurado no quesito alegoria, em uma postagem em seu Instagram. "Como eu disse que iria voltar aqui com as justificativas, aqui estou! Mas sinceramente tem tantos erros de interpretação do Manual do Julgador que vou mostrar somente isso aqui e vida que segue".
O jurado disse que não houve falha de execução, não houve falha de acabamento e não houve falha de realização, mas "a escola não apresentou excelência de conjunto", o que foi criticado por Serdan. "Ele diz que não atendemos a Excelência. O que seria Excelência? Ferros Aparecendo? Mal Acabamento? Fiquei em dúvida agora. Portanto, nem vamos perder tempo com as outras".
O desfile
A Mancha Verde foi a penúltima escola a atravessar a avenida, com o dia já amanhecendo, na primeira noite de desfiles no Sambódromo do Anhembi.
A escola de samba Mancha Verde apresentou o enredo "Do nosso solo para o mundo: o campo que preserva, o campo que produz, o campo que alimenta". A escola ressaltou a importância da agricultura e da preservação com carros e fantasias luxuosos, narrando a força do campo, a produção de alimentos e a relevância da preservação ambiental, com um ângulo diferente: através do Orixá Oko. Até o samba ganhou tons sertanejos, com elementos musicais como a sanfona.
Com um desfile colorido, a Mancha passeou pelas colheitas brasileiras. Com alas dedicadas à soja, ao café, ao cacau, ao milho e à pecuária, com bois, galos e porcos, a escola ressaltou a riqueza da agricultura nacional. Algumas alas revisitaram também a história e a religiosidade, como o que retratava os jesuítas e o ciclo de exploração e o que simbolizava a devoção a São José, a quem os agricultores pedem a chuva para regar as plantações. O desfile também mostrou o sincretismo religioso do país, abrindo com um carro que representava o Olubajé, banquete oferecido ao orixá Omolu, e encerrando com um carro que retratava a Santa Ceia.
Silvia Grecco esteve com o filho Nickollas no desfile da Mancha Verde pelo quarto ano seguido. "Não deixa de ser uma emoção todas as vezes. Não vejo a hora de chegar nossa vez", conta, ansiosa. Ela diz que o Carnaval tambem é para pessoas com deficiência. "A gente sabe que as pessoas com deficiência podem tudo. [Podem estar] No palco, na plateia, no estádio e até na passarela do samba [...] Carnaval é uma festa popular para todas as pessoas. Se é para todas as pessoas, tem que ser para pessoa com deficiência."
Viviane Araújo, que desfila pela escola há 18 anos, veio toda de verde, com um chapéu de fazendeira cheio de brilho. Algumas musas da escola vieram vestidas de inseto, com asas e antenas, complementando a fantasia da ala das baianas, que surgiram vestidas de abelhas para "polinizar" a escola de samba.
Antes de o galo cantar e a flor-do-campo nascer / Vem semear a nossa eterna aliança / E da semente, o amor / A nossa gente plantou / Mancha Verde de esperança!
Trecho do samba cantado pelo intérprete Fredy Vianna.
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