Seios e estrelas livres: mulheres celebram Rita Lee e a própria liberdade
Não provoque, é cor de rosa choque! Lembrando um dos maiores hits de Rita Lee (1947 - 2023), o bloco Pagu tomou as ruas do centro de São Paulo. A folia virou palco de um exército de mulheres fortes, que naquele espaço de acolhimento, viveu a liberdade de serem o que bem entender.
Sejam se conectando pela representatividade de Lee ou apenas colocando em prática o empoderamento que pulsa dentro delas, as mulheres do Pagu fizeram bonito no cortejo. E para completar, ao som de outras grandes artistas femininas, como Maria Bethânia, Margareth Menezes, Alcione e Elis Regina.
"Sem medo, com força e garra"
Renata Nogueira, 43, foi uma das folionas que homenagearam Rita Lee e falou com carinho da relação com a cantora.
Minha adolescência, nos anos 1990, a Rita era toda aquela inspiração de liberdade, de você poder fazer o que deseja, gostar da música que quiser. Meus pais eram do sertanejo, e aí quando você vê uma mulher linda, maravilhosa, cantando, impondo seu feminismo e falando que você pode ser quem quiser, imagina? Para mim foi o ápice!, Renata Nogueira.
Na exposição que Rita Lee ganhou no MIS, em São Paulo, Renata viu ao vivo um dos looks mais icônicos da artista e sabia que em algum momento reproduziria a roupa. A oportunidade veio agora com a homenagem no Pagu, e ela fez questão de fazer cada detalhe. Vestir a roupa e sair na rua não foi fácil, mas ela sabia o que precisava fazer.
Receio [de sair assim] a gente sempre vai ter. Você passa as pessoas ficam te olhando, algumas de admiração e outras de uma maneira sexualizada. Mas a própria Rita nos mostra que a gente pode! Querer é poder! Temos que colocar pra fora o que a gente deseja e encarar. Pra mim estar aqui hoje no Carnaval, uma coisa que eu amo, homenageando uma mulher forte, acho que eu precisava vir assim mesmo! Sem medo, com força e garra!
Momento único
Quem também viveu um momento único no cortejo foi Aline Freitas, 30. A foliona já tinha estado no bloco Pagu em outras ocasiões, mas essa foi a primeira vez que ela teve coragem de produzir um look em que usasse o tapa-mamilo.
A decisão só foi possível justamente pela segurança que o público presente no bloco transmite para as pessoas serem quem são sem julgamentos e com muito respeito.
Ano passado eu vim no Pagu também e assim teve um momento que eles juntaram só as mulheres atrás do bloco e foi incrível, poder sentir a energia de um monte de mulheres se sentindo livres, podendo fazer o que elas quiserem no Carnaval é incrível.
Aline Freitas
A atitude vai além da festa, mas se torna um combustível, o empoderamento na prática. "Dá uma energia na gente, de que está tudo bem todo mundo ver eu sendo eu mesma no Carnaval. [Isso me lembra que] eu tenho que ser eu mesma não só aqui, mas durante todo o resto do meu ano", Aline Freitas.
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