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Bloco da Anitta é o 1º megabloco com área exclusiva para PCDs no Rio

Bruna, Giselle e Adivanete no Bloco da Anitta Imagem: Thiago Camara/UOL

Thiago Camara

Colaboração para UOL, no Rio de Janeiro

17/02/2024 12h58Atualizada em 17/02/2024 13h02

O Bloco da Anitta desfilou no Centro do Rio com uma área exclusiva para pessoas com deficiência. Foi o único no circuito dos megablocos a ter esse espaço.

O que aconteceu

Antes disso, ainda em janeiro, a sensibilidade da supervisora de segurança Giselle dos Anjos mudou a experiência da folia de Bruna Souza, de 18 anos. Ela viu a jovem, que tem paralisia cerebral, com a mãe na muvuca do trio do cantor Léo Santana, no sábado, 27 de janeiro, e não pensou duas vezes.

Trouxe ela para dentro da corda. De lá para cá, foram quatro megablocos. Neste sábado (17), elas voltaram para participar do Bloco da Anitta.

"Ah, é difícil ver inclusão no Carnaval. E a gente tem que passar a segurança para todo mundo. Então, eu jamais poderia ter deixado elas ali fora", disse Giselle ao UOL.

Ela continuou: "Com milhões de pessoas. Esse é o primeiro bloco com área exclusiva para PCDs. Aqui a gente tem todo o apoio da segurança dos bombeiros, da galera da produção, da própria polícia militar, então eles ficam mais acolhidos e se sentem mais protegidos".

Emocionada, Adivanete Souza, mãe de Bruna, disse que a atitude de Giselle mudou a experiência dela e da filha nesse pré e no Carnaval. "Voltei aos megablocos por causa dela. Foi especial poder curtir com mais segurança. Se não fosse essa atitude dela, Bruna poderia se machucar", disse ao UOL.

O sorriso de Bruna era tão grande quanto o trajeto dos megablocos. Ela ganhou uma amiga em Giselle e disse que foi único o que viveu nesses dois dias de festa. "Amei. Foi muito bom. Amo Carnaval e venho todo ano com a minha mãe", disse ela.

Com paralisia cerebral, por falta de oxigenação no seu parto, Bruna tem dificuldades para andar. O que não impede a mãe Adivanete Souza de levá-la para pular os megablocos do Rio. E superar críticas, de cabeça erguida.

"As pessoas não entendem. Quando você tem um filho especial, acham que a gente tem que ficar em casa. Eles também têm que sair, se divertir. Sempre trouxe ela para os blocos, mas já ouvi piadas de gente que acha que temos que ficar em casa, por causa da condição da Bruna", disse ela com os olhos marejados.

A mãe que ouviu que Bruna nunca ia conseguir andar e falar, correu atrás de tratamento para ela e já sonha com o futuro profissional da filha. "Se eu fosse uma mãe parada, ela não estaria aqui hoje. Não estaria concluindo seus estudos e desejando fazer faculdade. A luta é grande, mas seguimos com alegria", conta.

Os irmãos Lucas e Mateus Dutra Imagem: Thiago Camara/UOL

Com os irmãos Lucas e Mateus Dutra, de 20 e 18 anos, respectivamente, foi o contrário. Foi Lucas, quem convocou o irmão para o acompanhar no bloco da cantora carioca. "Ele que me trouxe. Ano passado viemos, ficamos dentro da corda, mas não tinha essa área exclusiva. É um espaço realmente muito bom, dá pra se divertir", conta Mateus.

Lucas ficou feliz em repetir a experiência. "É muito legal estar aqui perto. E viver essa experiência do Bloco Anitta, ela é maravilhosa. Poder estar aqui e curtir, curtir como todo mundo é uma experiência incrível pra mim", disse Lucas.

No Carnaval do Rio, segurança e inclusão estão de mãos dadas.

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