Amor antes, durante ou depois do Carnaval? Com responsabilidade tudo vale!
No Carnaval todo mundo pode se encontrar nas ruas. E é nessa efervescência que os amores mais imprevisíveis podem acontecer. São pelo menos quatro dias de folia que passam rápido demais. Mas pode o amor de Carnaval durar mais do que os resquícios de purpurina?
Como tudo pode acontecer
Para a psicóloga especialista em relacionamentos, Rafaela Queiroz, no Carnaval tudo pode acontecer. "O momento da vida e a intenção de quem vai curtir a folia pode ser o termômetro para a escolha entre engatar ou não um romance", explica ela.
Pensando no momento dessa curtiçao, que Lucas Garlhiard, 24, negou um pedido de namoro do rapaz por quem ele está apaixonado. Ele explicou ao parceiro que o ama, mas que o Carnaval não é o momento de namorar - só quando o Carnaval terminar.
"É o meu último Carnaval solteiro, depois dessa eu vou namorar", explicou Garlhiard. Ele e outros quatro amigos organizaram o bloquinho "Pego você e seus amigos", para curtir a folia em São Paulo.
Eles se conheceram na faculdade e sempre curtem o Carnaval juntos. Já são seis carnavais do bloquinho, que além de Lucas reúne Daniel Moraes, 28, Luiz Pereira, 29, Kaio Lucena, 24 e Júlio César de Oliveira, 24. "Nós curtimos sempre juntos, quem tá solteiro e quem tá namorando também. Nos respeitamos! Aqui todo mundo já ficou. No Carnaval tudo vale a pena!", explica Pereira.
Rafaela Queiroz avalia a decisão de Garlhiard como a "materialização" da responsabilidade afetiva. "Pode ter colocado em risco um futuro namoro? Pode. Mas, foi honesto em comunicar sobre não dar início ao namoro nesse período", explica a psicóloga.
E para quem quer viver um amor no Carnaval?
Para Sophia Fiama, 31, e Pamela Godoy, 31, o Carnaval é mais um momento esperado para demonstrar amor na Avenida. São 15anos juntas, sendo dois casadas. No Carnaval elas priorizam os bloquinhos de samba e não deixariam de curtir um Carnaval. É o momento para se divertir e chorar junto ao cavaquinho.
"Vale a pena curtir o momento. Casado, namorando, todo mundo merece curtir o Carnaval", defende Godoy. "Quando as duas pessoas curtem Carnaval, vale muito a pena curtir juntinhas", conta Fiama. "Acordei ela às sete da manhã e falei: vamos! Ela topou!"
A decisão de como levar o romance no Carnaval precisa ser bilateral. "A melhor escolha é a que ambas sintam-se bem", explica a especialista em relacionamentos. "E ser casal também é isso, compartilhar momentos juntas, ainda que seja em uma das maiores festas do planeta."
Para ela, talvez a maior dificuldade seja para quem vive um relacionamento à distância, com pouca confiança e sem direito às negociações. "Para quem já vive um relacionamento, a divergência entre gostar ou não da folia pode ser um dos dilemas que coloque a relação em risco", pontua. "Já para as pessoas que decidem dar continuidade no romance, a distância pode ser um problema, já que muitos não moram na mesma cidade e estão apenas de passagem."
É o caso do folião Alex Nogueira, 28, que mora em Minas Gerais, assim como no namorado. Este ano cada um passou o pré-Carnaval em estados diferentes, mas a folia oficial foi em Belo Horizonte e juntos, monogâmicos. "Eu confio muito nele e ele em mim. Temos acordos, por exemplo, em algumas festas, se estivermos juntos, eu autorizo ele a ficar com alguém e vice-versa. Sem autorização não pode", explica.
"O combinado não sai caro", pontua Queiroz. "A possibilidade de problemática em 'abrir o relacionamento', nesse, ou em qualquer outro período, parte do não cumprimento dos acordos, das regras estabelecidas. Abrir a relação é a possibilidade de viver relações paralelas sem considerar traição. Se ambos se sentem confortáveis com isso, qual o problema? E se em algum momento deixar de fazer sentido, é revisar os acordos e estabelecer novos combinados com o parceiro ou parceira."
Com a folia chegando ao fim, Lucas Garlhiard não deve ser o único a assumir um compromisso mais sério. A sensação de recomeço é geral, assim como o início de mais um ano de espera para mais um Carnaval. O importante é ser responsável com os próprios sentimentos e com o do outro. "Responsabilidade afetiva vale para o ano inteiro", afirma Rafaela Queiroz. "A responsabilidade afetiva é sobre consciência e bom senso em relação aos sentimentos que podemos provocar no outro. É sobre comunicar o que se pode ou não oferecer sem alimentar no outro o que não se está disposto a fazer. Dessa forma possibilita que a outra pessoa escolha se quer ou não o que está sendo oferecido. É muito mais sobre honestidade do que reciprocidade."
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