O Idafro (Instituto De Defesa Dos Direitos Das Religiões Afrobrasileiras) protocolou uma ação no Ministério Público da Bahia pedindo que o Estado e a Prefeitura de Salvador não contratem shows da cantora Claudia Leitte, 44.
O que aconteceu
Atualmente, o MP analisa uma denúncia de suposta postura discriminatória da cantora ao substituir o nome Iemanjá, entidade cultuada nas religiões de matriz africana, por "Meu rei Yeshua", expressão hebraica que se refere a Jesus, na letra da música "Caranguejo".
Documento faz recomendação ao Governo do Estado e à Prefeitura de Salvador para não contratarem Claudia Leitte para qualquer evento público. A medida se baseia no artigo 4º da Constituição Brasileira, que proíbe intolerância religiosa e discriminação racial.
O financiamento de eventos com dinheiro público não pode beneficiar quem está sendo investigado por práticas de intolerância. Hédio Silva Jr., coordenador-executivo do Idafro
Entenda o caso
Além do Idafro, o pedido também é assinado por Iyalorixá Jaciara Ribeiro. UOL teve acesso ao documento que argumenta, com base na Constituição Federal, que a contratação de shows musicais que promovam a intolerância religiosa deve ser proibida.
Pedido também cita que Durval Luz e Nino Balla, dois dos quatro compositores de "Caranguejo", entraram na Justiça alegando que não autorizaram a mudança na letra da música. Os outros dois autores, Luciano Pinto e Alan Moraes, afirmaram ter sido procurados e autorizaram a mudança.
A recomendação destaca posicionamento do ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). Após pedido do MP-BA, órgão informou que a última mudança no registro da música "Caranguejo" ocorreu em 2016, e não envolveu mudança na letra. Informação foi divulgada em audiência pública promovida na segunda-feira (27).
Ministério Público avaliará o pedido, assim como analisa denúncia de postura discriminatória. Caso entenda que solicitação é pertinente, pedirá à Justiça local que investigue e determine se o Estado da Bahia e a Prefeitura de Salvador ficarão impedidos de contratar a cantora.
Em dezembro, durante uma coletiva de imprensa, Claudia Leitte falou sobre a investigação do MP. "Esse é um assunto muito sério. Daqui do meu lugar de privilégio, o racismo é uma pauta que deve ser discutida com a devida seriedade, e não de forma superficial."
45 comentários
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Paulo Henrique PH
O tal instituto está querendo combater a intolerância religiosa sendo INTOLERANTE. Baita falta de coerência.
Pio Luiz de Oliveira
Está cantora e muito ruim ! Nada ver com a Bahia !
Ricardo Willy dos Santos
Este grupo é racista religioso!!! TEM QUE SER PUNIDO!!!! E ESTE INSTITUTO TEM QUE SER INVESTIGADO!! PRISÃO PARA ESTES INDIVIDUOS!!!