CarnaUOL 2025: KVSH aposta em 'eletrônico pesado' em nova fase como DJ

A descrição do Instagram do produtor musical Luciano Ferreira, 31, é didática: "É Kush que fala". Natural de Nova Lima, cidade na região metropolitana de Belo Horizonte, o DJ é conhecido como KVSH. A troca do U pela letra V faz com que muita gente trave ao ler o apelido pela primeira vez.

Da confusão momentânea, surgem variações: ca-vi-chi, cu-chi, qui-chi... tudo menos a pronúncia certa, cã-chi.

O que não tem como errar é o quão longe o mineiro chegou apesar da pouca idade. Ele é hoje um dos principais nomes da música eletrônica no Brasil, acumula mais de 153 milhões de visualizações no YouTube e é dono de um próprio selo, voltado a impulsionar a carreira de novos artistas do seguimento.

KVSH viaja o mundo como DJ
KVSH viaja o mundo como DJ Imagem: Divulgação

Com mais de 10 anos de carreira e depois de se apresentar nos mais importantes palcos da música eletrônica no mundo, KVSH se volta cada vez mais para "dentro de casa". Ou seja, não renuncia às influências brasileiras nas produções e tem percorrido o país para levar música eletrônica aos mais diversos públicos.

Em entrevista a UOL, ele fala sobre a aposta em produções "com mais pressão" — com o batimento mais acelerado que os singles comerciais tradicionais —, a brasilidade presente nas músicas que faz e como o eletrônico tem ganhado aos poucos mais espaço de exposição.

Veja os principais destaques abaixo e confira a íntegra no vídeo.

Eu comecei a tocar em alguns rodeios de 2022 pra 2023. E rodeio sempre teve aquele lance da galera falar que é só sertanejo. Só que a gente vê vindo música eletrônica, funk, a gente vê muito o Pedro Sampaio, o Dennis, tocando nesses eventos. KVSH cita o exemplo dos rodeios para mostrar que a música eletrônica está aos poucos ganhando mais espaço no país.

O meu caminho é justamente manter a minha brasilidade, porém num som um pouco mais pressão, um pouco mais pista, sabe? Pra, se Deus quiser, eu conseguir levar isso pro mundo inteiro. A intenção é cada vez mais levar a música brasileira para fora do que trazer para o Brasil a música feita lá fora.

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Sou um garoto apaixonado pelas misturas. Venho fazendo remix de reggae, remix de pop, remix de funk... Quando eu vejo um line-up desse [do CarnaUOL], com tantas atrações, eu acho que é, tipo assim, o lugar perfeito pra me apresentar, sabe? Eu tenho certeza que vai ser um evento surreal. O DJ não esconde o entusiasmo em participar do Festival CanaUOL, celebrando a diversidade da música brasileira e o clima do Carnaval.

Era pra ser um bloco de 4 mil pessoas. A ideia era só reunir os amigos, e isso se transformou, na primeira edição, num bloco de 45 mil pessoas em Belo Horizonte. E ano passado a gente colocou mais de 120 mil pessoas na rua. Com o sucesso do Carna KVSH aumentando, ele assume o sonho de levar o bloco para a folia de outras cidades.

Eu, como mineiro, eu acho que eu tenho esse dever de levar meu bloco, primeiro, para as cidades menores aqui. Pra depois a gente começar a ir para as outras capitais. O artista tem uma ligação muito forte com a própria origem e leva essa cultura para o trabalho.


Não adianta a gente falar sobre turnê internacional sem eu completar, vamos dizer assim, preencher todas as cidades do Brasil com o meu som.

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KVSH resume bem a geração que representa: o nome artístico veio do apelido que usava em salas de jogo online quando adolescente; construiu a carreira nas mídias digitais; e a fama foi alavancada por um hit viral.

Mas é no mundo físico, em carne e osso, que o sucesso se materializa. O produtor já esteve na Bélgica, tocando no Tomorrowland, o maior festival de música eletrônica do mundo, no Ultra Music Festival, nos Estados Unidos, além do Lollapalooza e do Rock in Rio.

1 comentário

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Aislan Fabio de Oliveira

Parabéns e sucesso sempre.

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