DJ Sophia lembra perrengues: 'Tive que lutar por acharem que não sou DJ'

Artista celebra dez anos de carreira em 2025 e se diz realizada de poder subir ao palco após já ter ouvido que não era "uma DJ". "Acho que nessa carreira já passei muita coisa. Já relutei por a galera achar que eu não sou DJ. Eu tenho 1,53 m. As pessoas me olham e falam: 'ela que vai tocar?', 'ela é pequena' ou a 'menina parece que tem 15 anos'. Já passei esses tipos de perrengue assim."

Ser artista independente é meio complicado. Você não tem ninguém por trás pra bancar os investimentos da sua carreira. Se preciso atualizar meu material de vídeo ou foto, sou eu que tenho que fazer. Se eu não tiver um dinheiro pra investir, vai atrasar toda a minha carreira. Então, quando o artista independente tá nesse corre diário é mais brabão... Eu acredito que isso é muito satisfatório porque a gente luta, conquista nosso espaço e aprende.

Importância de tocar no CarnaUOL

Significa muito estar inserida nesse meio justamente porque eu sou da cena do hip hop. Sou uma menina independente, tenho 10 anos de carreira e faço um baile independente feminino. Estar aqui, entre grandes nomes do pagode, do eletrônico, representando a cena brasileira que eu faço, é importante. Acho que eu não sou só rap, mas, sim, a mistura disso tudo. Música popular, pra mim, acho que é muito importante. Então, estar aqui e tendo 24 anos é muito incrível, né?

Momento de carreira

Por muito tempo, eu relutei na produção musical. Não porque não quisesse, eu gosto também, mas gosto muito de pista, viver pista, estar na pista, tocar, ver as pessoas dançarem. Esse ano tô com projetos musicais pra lançar músicas autorais, fazer colaborações com artistas que eu acredito que já fazem parte do baile da DJ Sophia.

É isso que tá faltando, eu acho, pra DJ Sophia. Daqui a pouco, com essas músicas autorais, eu acredito também que eu vou estar em outros palcos, maiores palcos, pra conquistar maior público também. A gente tem visto cada vez mais mulheres dando espaço pro rock, pro funk, pro hip hop, para as novas carreiras.

Inspiração para mulheres

Quando comecei, tinha a Karol Conká como referência. Hoje, tenho muitas outras amigas que são referências e [estou] sendo uma referência também pra jovens, não só que quer ser DJ, mas que acreditam na cultura. Eu sou produtora também e as pessoas me olham nesse lugar de movimentar a cena do rap, principalmente feminino. Fico muito feliz porque acho que sou a continuação de um sonho.

Hoje, a gente tem a Duquesa, a Júlia Costa, a MC Luana, a Tati Trace. A nossa cena tá fortíssima do rap e acredito muito que essa cena tá virando pop. Quando falo que tá virando pop, não é que é ruim, porque a galera por muito tempo no hip hop, relutou falar que a música é mainstream. O rap não é pop. Eu acredito que a gente tá conquistando a música popular e os ouvidos de quem não ouvia rap.

Projeto de 2025

Como faço 10 anos e faz três anos que tenho o baile da DJ Sophia, a novidade é que eu quero fazer uma edição master lá pro fim do ano. Quero trazer as MCs que compartilharam comigo uma história pra fazer uma edição épica. Quem sabe aí venha alguma colaboração musical também. Deixar ir no ar porque, assim, estamos prospectando coisas.