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Blocos no Rio e em SP tiveram Oscar, coro 'sem anistia', calor e sertanejo

Máscara de Fernanda Torres no desfile do Bloco Cordão do Boi Tatá Imagem: UOL

Colaboração para UOL, em São Paulo

05/03/2025 12h30

As indicações do filme brasileiro "Ainda Estou Aqui" ao Oscar marcaram o tom dos blocos de rua no Rio e em São Paulo neste Carnaval. Fantasias remetendo à premiação e à atriz Fernanda Torres pipocaram pelas duas capitais. Muitos blocos puxaram o coro "Sem anistia", e os foliões foram junto. Aos batuques dos blocos, se somaram as batidas de leques, um dos adereços mais presentes nas ruas durante a folia.

As altas temperaturas típicos desta época do ano receberam uma força extra de uma onda de calor e teve quem passasse mal. Jatos de água de caminhões-pipa tentaram amenizar os suores e trazer maior conforto para quem estava na rua.

O que aconteceu

Só deu Oscar e Fernanda Torres 'totalmente aclamada' nos blocos. Tanto no Rio quanto em São Paulo, a premiação foi um dos temas mais comentados, com fantasias que iam de Fátima, de Tapas e Beijos, até a própria estatueta.

No Cordão do Boi Tolo, no Rio, Breno Sanches, ator, 42 anos, sai com plaquinha torcendo pelo Oscar de Fernanda Torres Imagem: Thiago Câmara / UOL

O clima de comemoração pelo cinema brasileiro contagiou todos os blocos. Com gritos de torcida pela atriz e pelo filme, os foliões entraram em clima de Copa para celebrar a presença de "Ainda Estou Aqui" no Oscar, que acabou levando Melhor Filme Internacional.

Coro 'Sem anistia' ecoou pelos blocos. Dando um tom político ao Carnaval, inclusive com a temática de "Ainda Estou Aqui", os foliões expressaram-se com gritos de "Sem anistia!", especialmente no samba-enredo do bloco Simpatia, no Rio.

Além dos gritos, o som que contagiou o Carnaval foi a batida de leques. Para dar conta do calor, muitas pessoas levaram leques aos bloquinhos, que também usaram para acompanhar as batidas das músicas - inclusive marcando presença no desfile da Terceiro Milênio e Tuiuti.

Jatos d'água e caminhão-pipa para amenizar o calor. Com o calor intenso, as prefeituras e os blocos focaram em encontrar maneiras de amenizar o calor pesado, decidindo por organizar caminhões-pipa e também distribuir copos d'água.

02.mar.2025 - Bloco Bem Sertanejo ganha 'chuva' artificial com jatos d'água de caminhão-pipa para aliviar calor neste domingo, em SP Imagem: Martha Alves / UOL

Em São Paulo, a prefeitura distribuiu mais de 900 mil copos d'água. Devido às altas temperaturas, passando dos 30ºC todo dia, tanto a prefeitura de SP quanto a do Rio focaram em amenizar a temperatura, mantendo a população hidratada.

Teve folião que passou mal com as altas temperaturas no Fervo da Lud e no Bloco da Pabllo, em SP. Ainda assim, com as grandes multidões e altas temperaturas, foliões acabaram passando mal nos blocos mais populares, como o Fervo da Lud, no Rio, e o da Pabllo, em SP.

Na Capital paulista, foram 2.975 atendimentos médicos nos postos de saúde instalados nos megablocos. Desse total, 98% dos casos (2.915) foram resolvidos nos próprios postos.

Fervo da Lud, no Rio Imagem: Douglas Schineidr/Riotur

Além do atendimento médico, a Polícia Militar também esteve de olho no Carnaval, batendo mais de 500 prisões no Rio. A organização ficou focada em garantir a segurança do Carnaval 2025, utilizando tecnologia de reconhecimento facial, com câmeras espalhadas por blocos de rua, orla marítima e pela área da Sapucaí.

No Rio, o Carnaval atraiu mais de 1,5 milhões de pessoas na terça (4). Terminando o feriado de Carnaval com força, o público carioca passou de 1,5 milhão na rua, indo de 150 mil na sexta, a 500 mil no domingo e fechando com esse grande número.

Em 2025, blocos famosos se despediram, como o 'Imprensa Que Eu Gamo', e outros cancelaram desfile por crítica a patrocínio, como o Bangalafumenga. Blocos clássicos no Carnaval criticaram o modelo de patrocínio e as gestões das prefeituras, que, na visão deles, dificultam a organização de uma festa deste tamanho.

Nossa vocação não nos permite mais normalizar a apropriação da festa. Trabalharemos de forma pragmática, organizada para reverter esse contexto. O futuro do Carnaval de Rua do Rio precisa mudar agora.
Bangalafumenga via redes sociais

Paolla Oliveira no bloco Cordão da Bola Preta, no Rio Imagem: Fabio Teixeira / UOL

Famosos marcaram presença em blocos, como o Favorita e Cordão da Bola Preta, no Rio. No Cordão da Bola Preta, Paolla Oliveira marcou presença, junto com nomes como Leandra Leal e Juliana Knust, já no Favorita, Paloma Bernardi, Cris Vianna, Carol Sampaio e mais famosos decidiram comparecer.

Teve até Daniela Mercury antes do pós-Carnaval em SP. Daniela Mercury decidiu cantar no bloco Agrada Gregos, em São Paulo, ao invés de na Bahia, dizendo que "Meu sonho de ver uma São Paulo mais colorida e diversa se realizou".

A cantora baiana Daniela Mercury anima foliões no Bloco Agrada Gregos no Parque Ibirapuera Imagem: LEANDRO CHEMALLE/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO

E a diversidade do Carnaval deu espaço a estilos diferentes, como o tecnobrega. Teve até 'Carnavalsa' em bloco que completou 15 anos - trazendo a cultura do Pará, e o piseiro nordestino, o bloco Fogo e Paixão contou com hits de Gaby Amarantos, João Gomes e mais.

E o sertanejo ganha cada vez mais espaço com blocos voltados aos fãs do gênero. Mas se engana quem pensa que a música vai ser só moda de viola. Com cantores do ritmo em blocos no Brasil inteiro, o gênero tomou as ruas com força, mas, sempre abrindo espaço para outros estilos também.

Michel Teló e a família no bloco Bem Sertanejo Imagem: Martha Alves/UOL
Lauana Prado no bloco Carnalau Imagem: Divulgação

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